Dedicado a Júlio Bitu.
Neste período de carnaval passei os dois primeiros dias no Sanharol. Encontrei vários amigos, entre eles Júlio Bastos Bitu, filho de Raimundo Bitu e Cotinha e, que fazia muitos anos que não o encontrava. Lembrei-me dos seus pais e de uma historia do Raimundo Bitu que talvez o Júlio não a conheça.
Raimundo Bitu era proprietário de uma vasta área de terras agricultáveis da melhor qualidade. Nos anos 50 e inicio dos anos 60 a única agência bancaria da região sul do Ceara era a agência do Banco do Brasil em Crato. Os encaminhamentos de empréstimos se davam da presente forma: Um fiscal do banco visitava os proprietários e fazia os seus cadastros, em seguida, os proprietários faziam à proposta junto ao banco.
Raimundo Bitu tinha a sua disposição um limite, a época, de, por exemplo, 50 contos de réis e propôs um empréstimo de apenas três contos de réis. Diante de proposta tão pequena o fiscal do Banco perguntou: Seu Raimundo Bitu, o que o senhor vai fazer com três contos de réis? Se o Senhor podia e tem suporte para fazer um empréstimo bem maior? Ampliar sua lavoura, aumentar sua produção e o rendimento da fazenda? Raimundo Bitu respondeu no ato: vou guardar e todo sábado vou comprar 06 kgs de carne e comer com a minha família no decorrer da semana. O fiscal não gostou da resposta de Raimundo Bitu.
Quando os proponentes chegaram ao Banco, em Crato, a proposta de Raimundo Bitu estava cancelada pelo fiscal. Raimundo Bitu era primo de Jose Siebra de Brito, Gerente do Banco e, depois de um bom papo o recurso foi liberado e o fiscal entendeu que Raimundo Bitu não permitia que outros planejassem o seu endividamento.
Neste período de carnaval passei os dois primeiros dias no Sanharol. Encontrei vários amigos, entre eles Júlio Bastos Bitu, filho de Raimundo Bitu e Cotinha e, que fazia muitos anos que não o encontrava. Lembrei-me dos seus pais e de uma historia do Raimundo Bitu que talvez o Júlio não a conheça.
Raimundo Bitu era proprietário de uma vasta área de terras agricultáveis da melhor qualidade. Nos anos 50 e inicio dos anos 60 a única agência bancaria da região sul do Ceara era a agência do Banco do Brasil em Crato. Os encaminhamentos de empréstimos se davam da presente forma: Um fiscal do banco visitava os proprietários e fazia os seus cadastros, em seguida, os proprietários faziam à proposta junto ao banco.
Raimundo Bitu tinha a sua disposição um limite, a época, de, por exemplo, 50 contos de réis e propôs um empréstimo de apenas três contos de réis. Diante de proposta tão pequena o fiscal do Banco perguntou: Seu Raimundo Bitu, o que o senhor vai fazer com três contos de réis? Se o Senhor podia e tem suporte para fazer um empréstimo bem maior? Ampliar sua lavoura, aumentar sua produção e o rendimento da fazenda? Raimundo Bitu respondeu no ato: vou guardar e todo sábado vou comprar 06 kgs de carne e comer com a minha família no decorrer da semana. O fiscal não gostou da resposta de Raimundo Bitu.
Quando os proponentes chegaram ao Banco, em Crato, a proposta de Raimundo Bitu estava cancelada pelo fiscal. Raimundo Bitu era primo de Jose Siebra de Brito, Gerente do Banco e, depois de um bom papo o recurso foi liberado e o fiscal entendeu que Raimundo Bitu não permitia que outros planejassem o seu endividamento.
Por A.Morais.
A lição que tiramos da experincia de Raimundo Bitu é saber que, hoje em dia, o maior proprietario de terras do nordeste são os bancos oficiais. O planejamento vem de fora pra dentro, sem conhecimento do que a propriedade é capaz de produzir. O proprietario se sujeita ao planejamento do Banco e no final não produz rendimentos para cobrir os debitos contraidos. E, como os emprestimos são feitos com garantia real da propriedade só lhe resta colocar a propriedade a disposição do Banco. Sabedoria antiga, nos ensina esta bela proeza do Raimundo Bitu. "Aquilo que tomamos emprestado não é nosso", dizia Padim.
ResponderExcluirAbraços Julio.
A.Morais
Morais, o fato aconteceu e meu pai usou apenas o bom humor que sempre teve e a responsabilidade frete ao agente financeiro, o fiscal interpretou como se fosse gozação. Orgulho-me de ser filho de um grande cidadão, por diversas vezes o ouvi pronunciar: criei meus filhos como pobres, mas tenho o maior orgulho em diz: nunca recebi uma cobrança de um comerciante ou mesmo uma queixa de um mau feito em delegacia, etc. Ele sempre dizia: eu não tenho sete filhos, eu tenho sete jóias.
ResponderExcluirExemplo de honestidade, de bom humor, de bom pai, de amigo, saudades eternas daqueles que foram à viga mestre de uma família que com sacrifício educou numa época difícil seus sete filhos e seis se encontram vivos para contar a citada história.
Morais, muito obrigado pelo carinho especial que você sempre teve pelos meus pais, como sabe a recíproca são verdadeiras.
João Bitu, bonito ler você escrever sobre seu pai. Sem dúvida alguma, Dona Cotinha e o Sr. Raimundo Bitu deixaram aos filhos a maior fortuna como herança.
ResponderExcluirUm abraço fraterno da amiga
Glória
Morais, estava digitando um cordel bem extenso, desisti no meio do caminho, o cordel é de um recifense que encontrei no Recanto das Letras. Ia oferecer ao Dr. Sávio Pinheiro a fim de que ele traga sua literatura para nos mostrar.
ResponderExcluirEstamos aguardando o grande poeta consagrado de Várzea Alegre.
Glória, quando escrevo sobre meus pais sinto-me muito emocionado, caindo lágrimas, pois eles foram exemplos de vida, pessoas simples e de um coração com dimensão do tamanho de Várzea-Alegre.
ResponderExcluirNo dia do velório do meu pai chegou uma senhora moradora de um barro e disse chorando: pelo amor de Deus, o que vai ser de nós pobres com a morte desse cidadão!!!, Meu pai sempre foi solidário com os mais humildes, dava o INCRA de suas terras para efeito de aposentadoria com vista a ajudá-los sem fins lucrativos.
Portanto, fico muito satisfeito com os seus comentários e elogios onde percebo que vem do fundo do seu coração para com eles, muito obrigado.
João Bitu, me identifico muito com você, afinal fomos netos dos engenhos.
ResponderExcluirMeus pais não foram diferentes dos seus. Os dois sempre foram de grande coração. Minha mãe foi por vários anos diretora do Grupo Escolar Teodorico Teles, você não pode imaginar a dimensão do orgulho que sinto por ela. Não deixava que um aluno se ausentasse da escola. No início do ano, na ausência de algum, sabendo que o motivo era a falta de condições para a compra de uniforme ou do material escolar, minha mãe costumava resolver o problema, mesmo que saísse do seu próprio bolso. Jamais esqueci uma cena, que me emociona até hoje. Uma criança acenando para minha mãe, chamando-a por ela de longe, vi minha mãe entrar em casa com lágrimas nos olhos de emoção.
Ela sempre nos ensinou; "Fazer o bem sem olhar a quem"... Nisso ela era excelente! Quantas saudades!
muito boa essa história , adorei
ResponderExcluirMorais; quando eu vou a Várzea alegre a vontade é de nao voltar mais nao só pela distancia claro,saio dai chorando por isso eu evito ir muitas vezes, mas nao tem coisa mais agradavel de você rever esses amigos mavilhosos, bater um papo com todos e claro degustar dessas comidas tipicas deliciosas que só ai tem. fico muito grato de você prestigiar tanto a nossa familia, um abraço de Julio Bitu campeao da taça guanabara, Sao luis 23/02/2010
ResponderExcluirJoão Bitu, Gloria Pinheiro e Israel Batista. É muito prazeroso falar dos ensinamentos de Raimundo Bitu.
ResponderExcluirJulio, depois de um carneiro daqueles que eu vi em tua casa eu não demorava tanto a vi não. Eita sarapatel lascado de gostoso.
Valeu Julio. Fique acompanhando que em breve terá mais. Eu gosto de bulir com vocês. Dê um adjetorio nos comentarios. hahaha
Abraços.
A. Morais
Julio, fiquei de lhe ver e nem consegui no carnaval, acho que vc nem se lembra de mim, sou filho de Zé Bitu! Um abraço e parabens pelo campeão da taça guanabara, só cuidado pra não acontecer como anos idos!
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