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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

PANCHO LÁ E PANCHO CÁ - Por Mundim do Vale

No México, Pancho Villa o Caudilho, no ano de 1912, juntou-se com outro revolucionário de nome Emiliano Zapata e derrubaram o ditador Porfírio Diaz.
Aqui em Várzea Alegre alguns anos depois, Pancho do Baixio, morador do Sr. Antônio Primo, não era um caudilho, não tinha o cavalo sete léguas e nem a parceria com Zapata. Mas era disposto, tinha o jegue Rouxinho e resolveu acabar com as fiotesas das almas do sítio Arapuá. Um certo dia ele tomou umas cachaças e disse que ia encarar a maldição do Arapuá. arrumou o jegue e preparou-se para a missão.
Chico de Zé Chico do Taquari escutou a conversa e partiu na frente e ficou escondido numa moita de mofumbo, para fazer um medo a Pancho. Quando Pancho chegou próximo ao açude gritou:
- Cadê tu alma vagabunda?
Chico disfarçando a voz falou:
- Tou aqui! E quem é você?
- Eu sou Pancho! E você quem é?
- Eu sou a alma de Zé de Freitas.
- Apois ontonse é mintirosa. Pruque o Véi Zé de Freitas, foi o cabra mais mintiroso que deu aqui nessa rebêra.
No meio daquela teima rouxinho assustou-se e desembestou.
Quando passava perto de Chico ele gritou:
- Segura Pancho fí duma égua!
Pancho naquele cai não cai respondeu:
- Respeita as cara, alma mintirosa sem vergonha.
Depois desse acontecido, nunca mais ninguém viu falar em almas no Arapuá.

O Sr. José de Freitas era o avô do Dr. Raimundo Irapuan Costa. Era um cidadão brincalhão, que gostava de contar causos extravagantes.

Dedico a todos os netos de Zé de Freitas.

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