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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 18 de março de 2010

Culto à ditadura comunista - Pedro Henrique Antero (*)



É chocante como muitos políticos brasileiros ainda cultuam, mesmo que de modo disfarçado, a ditadura comunista, contrária aos direitos fundamentais do homem. Mas o que vimos há poucos dias na Assembleia Legislativa, por ocasião da visita de Aleide Guevara, filha de Che Guevara, não foi mais o chocante, mas o absurdo. Manifestantes ali presentes defendiam, intransigentemente, e mesmo com espasmos de histerismo, a ditadura sanguinária dos Castro.

Mais escandaloso, porém, foi o silêncio dos ditos social-democratas, presentes naquele auditório. Por incrível que pareça, a única voz que se ergueu contra aquela farsa foi a do grupo “Crítica Radical”, liderado por Maria Luiza, ex-prefeita de Fortaleza. A covardia dos parlamentares é tamanha que, ao menor grito dos patrulheiros de esquerda, eles se calam, correm e se escondem. Temem a alcunha de reacionários e conservadores, mas não atacam a ditadura cubana, inaugurada em 1959 e mantida até hoje, a ferro e fogo, pelos mesmos carrascos.

Vejamos agora o ridículo. Aleide Guevara veio ao Ceará defender os bandidos cubanos, acusados de terroristas e condenados pela Justiça americana que, segundo se sabe, é independente e não está subordinada a qualquer ditador. Ao mesmo tempo, ela acusa de criminosos os opositores políticos de Fidel e Raul Castro, assim como fez o presidente Lula em recente viagem a Cuba. E, infelizmente, nenhum parlamentar se deu conta da contradição ou não teve a coragem de rebater com firmeza a pregação infame de uma cubana que cultua, sem escrúpulos, um regime que escraviza e que mata. Bento XVI, no início deste ano, pregou a necessidade da paz entre os homens e condenou com clareza os atos terroristas e as violações dos direitos humanos. No Brasil, a Campanha da Fraternidade fala da necessidade de uma nova solidariedade. Todos aplaudem essa pregação, mas muitos se omitem na defesa pública desses valores.

(*) Pedro Henrique Antero - Professor de Ciências Políticas
phantero@gmail.com
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8 comentários:

  1. Enquanto os deputados se calaram, a ex-prefeita de Fortaleza - Maria Luiza Fontenele - e a ex-vereadora Rosa Fonseca protestaram contra as violações dos direitos humanos em Cuba.
    Elas sabem que o mito do "socialismo real" morreu em 1989, ano da queda do Muro de Berlim. E se reciclaram, a exemplo de outros esquerdistas de respeito como Roberto Freire, Alberto Goldman, Raul Julgman e tantos outos.
    Moral da História: nem toda a esquerda brasileira é jurássica ou composta por trogloditas...

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  2. Lula, a decepção internacional – por Carlos Alberto Montaner, escritor cubano

    (Artigo publicado no “Estado de S.Paulo”, 12-03-2010)
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    Para Luiz Inácio Lula da Silva, os presos políticos cubanos são delinquentes como os piores criminosos encarcerados nas prisões do Brasil. Lula adotou, cruelmente, o ponto de vista de seu amigo Fidel Castro. Para ele, pedir eleições democráticas, emprestar livros proibidos e escrever em jornais estrangeiros - os "delitos" cometidos pelos 75 dissidentes presos em 2003, condenados a até 28 anos - equivale a matar, roubar ou sequestrar. Para Lula, Oscar Elías Biscet, um médico negro sentenciado a 25 anos por defender os direitos humanos e se opor ao aborto, é apenas um criminoso empedernido. Dentro de seu curioso código moral, é compreensível a morte do preso político Orlando Zapata ou a possível morte de Guillermo Fariñas, em greve de fome para pedir a libertação de 26 presos políticos doentes.

    Os democratas cubanos não são os únicos decepcionados com o brasileiro. Na última etapa de seu governo, Lula está demolindo a boa imagem que desfrutou no começo. Recordo, há cerca de três anos, uma conversa que tive no Panamá com Jeb Bush, ex-governador da Flórida. Ele me disse que seu irmão George, então presidente dos EUA, tinha uma relação magnífica com Lula e estava convencido de que ele era um aliado leal. Isso me pareceu uma ingenuidade, mas não comentei a questão.

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  3. - 2 -
    "Alguns dias atrás, um ex-embaixador americano, que prefere o anonimato, me disse exatamente o contrário: "Todos nos equivocamos com Lula. Ele é um inimigo contumaz do Ocidente e, muito especialmente, dos EUA, embora trate de dissimulá-lo". E, em seguida, com certa indignação, criticou a cumplicidade do Brasil com o Irã no tema das sanções pelo desenvolvimento de armas nucleares, o apoio permanente a Hugo Chávez e a irresponsabilidade com que manejou a crise de Honduras ao conceder asilo a Manuel Zelaya na embaixada em Tegucigalpa, violando as regras da diplomacia internacional.

    Na realidade, o comportamento de Lula não é surpreendente. Em 1990, quando o Muro de Berlim foi derrubado, o líder do Partido dos Trabalhadores apressou-se em criar o Fórum de São Paulo com Fidel Castro para coordenar a colaboração entre as forças violentas e antidemocráticas da América Latina. Ali estavam as guerrilhas das Farc e do ELN na Colômbia, partidos comunistas de outros tantos países, a FSLN da Nicarágua e o FMLN de El Salvador. Enquanto o mundo livre celebrava o desaparecimento da União Soviética e das ditaduras comunistas no Leste Europeu, Lula e Fidel recolhiam os escombros do marxismo violento para tratar de manter vigente o discurso político que conduziu a esse pesadelo, e estabeleciam uma cooperação internacional que substituísse a desvanecida liderança soviética na região".

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  4. - 3 -

    "No Brasil, sujeito a uma realidade política que não pôde modificar, Lula comporta-se como um democrata moderno e não se afastou substancialmente das diretrizes econômicas traçadas por Fernando Henrique Cardoso, mas no terreno internacional, onde afloram suas verdadeiras inclinações, sua conduta é a de um revolucionário terceiro-mundista dos anos 60.

    De onde vem essa militância radical? A hipótese de um presidente latino-americano que o conhece bem, também decepcionado, aponta para sua ignorância: "Esse homem é de uma penosa fragilidade intelectual. Continua sendo um sindicalista preso à superstição da luta de classes. Não entende nenhum assunto complexo, carece de capacidade de fixar a atenção, tem lacunas culturais terríveis e por isso aceita a análise dos marxistas radicais que lhe explicaram a realidade como um combate entre bons e maus." Sua frase final, dita com tristeza, foi lapidar: "Parecia que Lula, com sua simpatia e pelo bom momento que seu país atravessa, converteria o Brasil na grande potência latino-americana. Falso. Ele destruiu essa possibilidade ao se alinhar com os Castro, Chávez e Ahmadinejad. Nenhum país sério confia mais no Brasil". Muito lamentável

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  5. Excelente texto, nem acredito que já fui capaz de votar nesse tal de Arthur Bruno... Como eu era ignorante!

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  6. Enquanto isso a Dilma só cresce. E o presidente Lula atingiu sua melhor marca. Segundo o IBOP a aprovação do governo Lula bateu recorde chegando a 75% de aprovação. Enquanto a negativa ficou em míseros 5%. Isso apenas para confirmar a frase do Nelson Rodrigues que dizia que toda unnimidade era burra.

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  7. Condeno as violações não só de Cuba, como também do Iraque, Afeganistão, Haiti,de Israel, que aliás não deveria nem existir.

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  8. As piores barbáries do mundo são praticadas por Israel, apoiadas pelo colonialismo ianque. Aquilo que Israel faz com os palestinos, sim, é que é vergonhoso. lula e nem outro governo pode interferir no governo de outro país , livre e soberano.

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