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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 1 de junho de 2010

Do Posto Regente ao Posto Crato - Por A. Morais

Posto Regente fundado por Mário Oliveira e depois transformado em Posto Crato, em sociedade com o Audisio Brizeno, resiste até nossos dias, instalado na gloriosa Praça Siqueira Campos – Crato. O Audisio era compositor e tinha uma bronca com o Rei do Baião Luiz Gonzaga porque o entregou uma musica pronta para ser gravada e a letra foi modificada para agradar um fazendeiro rico de São Paulo alem do Luiz aparecer como co-autor. Estes fatos tornaram o Audisio mais raivoso do que a falta do recebimento de qualquer direito autoral. A musica dizia assim:

Meia noite o pinto pinica o galo

O galo pinica o pinto

O pinto quiriquiqui.

Meia noite, é o berrado do bode

É o roncado do porco

Que ninguém pode dormir.

Deixando de fora a bronca do Audisio, que foi um grande amigo meu, peço permissão para contar uma historinha dos tempos do Crato antigo. A vida social da cidade era bem mais movimentada. Toda sexta-feira havia baile na AABB e aos sábados no Crato Ténis Clube, alem da grande vesperal de Domingo. Na época eram poucos os automóveis, poucas famílias dispunham desse privilegio e era costume utilizar-se dos serviços do taxista. O Audisio tinha um timbre de voz bastante assemelhado a voz feminina e era costume receber trotes de pessoas imitando sua voz nos dias em que estava de plantão no posto. Um belo dia, terminada a festa da AABB, já por volta das três horas da manha, uma senhora apanhou o telefone do Bar com o Aristides e ligou para o Posto Crato e o Audisio atendeu. Veja o dialogo que ocorreu entre os dois: Audisio: alô! A mulher responde: quem está falando? Com voz idêntica ao Audisio. O Audisio fulo da vida responde furioso: porque você não vai imitar a puta que pariu? Desligando o telefone na cara da senhora. A mulher ficou tonta com tamanha reação. Algumas vezes estive nestas festas e para relembrar o Peixoto, cantor do conjunto do Hildegardo, nada melhor do que ouvir o Moacir Franco.

Por A. Morais

2 comentários:

  1. A memoria do Audizio. Grandes saudades, grandes lembranças de um Crato que marcou a todos.

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  2. Morais,
    O nosso rei do baião fazia cada uma, hein ?
    Mas,o perdoamos sempre. Afinal, naqueles tempos as comunicações, quando tinham, eram precárias e difíceis.
    Imagina, por aqui, na nossa cara, tem colegas que alteram o ritmo de sua música e põe nela sua parceria, que dirá...

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