Por muitos anos, Várzea-Alegre foi tida e conhecida como a Terra dos Contrastes. Ridículo criado por espíritos de muito humor bestiologico e sem graça desprovidos de melhor que fazer. Seus próprios filhos, muitos deles, tinham a inocência de fazer-lhe a gozação como se dissessem : fale mal, mas, fale de mim. Jornais, estações de radio e até uma revista do gabarito de O Cruzeiro se deliciaram com o fato, esquecidos de que, com isto, nada faziam de proveitoso e honesto, pratico, educado e construtivo. Até musica se compôs, em louvor aos nossos contrastes. Precisa-se dizer mais? Assim, falavam dos que, realmente, existiam possíveis de existir em qualquer parte do mundo e ainda criavam imaginários outros. Grandes artistas de rua, esquecidos de que, nos picadeiros, era grande a falta de palhaços.
A mim, particularmente, doía-me o deboche, partindo, muitas vezes, de quem tinha a cabeça cheia de sabugos. Como aquele que fez plástica estética e deixou com o Pitangui seus defeitos e mazelas, é quase alegria fitar, agora, o retrato do passado. Lembremos, por simples lembrar, alguns dos tais contrastes, serie, por vezes, pitoresca, que a inteligência e irreverência de Zéfelipe, desfilavam como se recitassem a tabuada dos noves. Não ele, somente que era um espírito sempre em festa mas, brilhantes intelectuais encheram seus bestuntos de tão elevados conhecimentos. Um deles, meu professor de filosofia que nada me ensinou porque nada sabia! Comprazia-se em dizer que nossos contrastes começavam pelo nome da terra “ nem várzea, nem alegre. Um morro triste. E ria, bestamente, por ter descoberto o mel de abelha.
Uma curriola de gaiatos criou a fantasia de que nosso padroeiro São Raimundo Nonato, pacificamente, em seu altar outro não era, senão São Braz. Levando mais longe sua irreverência, apregoavam que o padre fora deixar os filhos no colégio. Era este um informe que parecia escandaloso e, no entanto, uma verdade referente a um digno e honrado sacerdote Padre José Otávio de Andrade que abandonara o seminário para se casar, constituir família e enviuvara. Voltara, por vocação e dedicação a igreja, a concluir seu curso, confiando a educação dos filhos aos avós. Ordenado sacerdote, distinguindo-se pela decência moral e dedicação religiosa, chamou a si os filhos, por cuja educação foi de extremado desvelo. Onde o anormal?
Joaquim Ferreira, meu irmão, era redator de O Globo e, numa de suas visitas a Várzea-Alegre, escreveu umas crônicas, que lia na Amplificadora local, de propriedade do nosso primo Luiz Otacílio Correia. Depois da segunda apresentação, achou alguém que sua dicção não era muito boa para microfone. O certo é que, depois sem fazer curso fono-audiologia o mesmíssimo Joaquim Ferreira, no aceso da II Guerra Mundial, se fez comentarista da B. B. C de Londres.
Esqueceram os filhotes da Candinha todas essas coisas obnubiladas por visões destorcidas e irreais. Já é tempo de retirar da cara esses óculos empoeirados e sujos. Ver, em Várzea-Alegre, o que ela é, o que tem, o que vale. Não acredite em mim, em minha fraca fraseologia. Poderei ser um bairrista fofo e fútil. Vá lá e confira. Nosso contraste maior e único é sermos fortes, na adversidade. Se isto é contraste.
A mim, particularmente, doía-me o deboche, partindo, muitas vezes, de quem tinha a cabeça cheia de sabugos. Como aquele que fez plástica estética e deixou com o Pitangui seus defeitos e mazelas, é quase alegria fitar, agora, o retrato do passado. Lembremos, por simples lembrar, alguns dos tais contrastes, serie, por vezes, pitoresca, que a inteligência e irreverência de Zéfelipe, desfilavam como se recitassem a tabuada dos noves. Não ele, somente que era um espírito sempre em festa mas, brilhantes intelectuais encheram seus bestuntos de tão elevados conhecimentos. Um deles, meu professor de filosofia que nada me ensinou porque nada sabia! Comprazia-se em dizer que nossos contrastes começavam pelo nome da terra “ nem várzea, nem alegre. Um morro triste. E ria, bestamente, por ter descoberto o mel de abelha.
Uma curriola de gaiatos criou a fantasia de que nosso padroeiro São Raimundo Nonato, pacificamente, em seu altar outro não era, senão São Braz. Levando mais longe sua irreverência, apregoavam que o padre fora deixar os filhos no colégio. Era este um informe que parecia escandaloso e, no entanto, uma verdade referente a um digno e honrado sacerdote Padre José Otávio de Andrade que abandonara o seminário para se casar, constituir família e enviuvara. Voltara, por vocação e dedicação a igreja, a concluir seu curso, confiando a educação dos filhos aos avós. Ordenado sacerdote, distinguindo-se pela decência moral e dedicação religiosa, chamou a si os filhos, por cuja educação foi de extremado desvelo. Onde o anormal?
Joaquim Ferreira, meu irmão, era redator de O Globo e, numa de suas visitas a Várzea-Alegre, escreveu umas crônicas, que lia na Amplificadora local, de propriedade do nosso primo Luiz Otacílio Correia. Depois da segunda apresentação, achou alguém que sua dicção não era muito boa para microfone. O certo é que, depois sem fazer curso fono-audiologia o mesmíssimo Joaquim Ferreira, no aceso da II Guerra Mundial, se fez comentarista da B. B. C de Londres.
Esqueceram os filhotes da Candinha todas essas coisas obnubiladas por visões destorcidas e irreais. Já é tempo de retirar da cara esses óculos empoeirados e sujos. Ver, em Várzea-Alegre, o que ela é, o que tem, o que vale. Não acredite em mim, em minha fraca fraseologia. Poderei ser um bairrista fofo e fútil. Vá lá e confira. Nosso contraste maior e único é sermos fortes, na adversidade. Se isto é contraste.
Estes contrastes banais talvez tenham promovido muito mais nossa terra do que quaisquer outros fatos e acontecimentos mais importantes. Não os vejo prejudicando, denegrindo ou causando prejuizo. Devemos muito a essas imaginações criativas e prodigiosas. Parabens V.Alegre por seus contrastes e seus filhos iluminados.
ResponderExcluirMeu tio Pedro Sousa não gostava desses contrastes, até evitava cantar a música contrastes de Varzea Alegre.
ResponderExcluirnão vejo os contrastes como uma gozação e sim como um folclore ou melhor como uma terra cheia de cultura,que tem em nós varzealegrenses presentes dia à dia lá ou espalhados em vários lugares,como um diferenciamento que nó traz alegrias e brincadeiras que se não tiver na vida ela fica sem sentido,desculpe amigo J. Ferreira,mas este é o meu pensamento,e respeito o seu,tudo de bom para voce e família.
ResponderExcluirvejo Várzea Alegre como a chefe da cultura cearense ou quem sabe do nordeste.
ResponderExcluirRecebi do Luiz Carlos Correia uma correspondência sobre esse tema. Não havia lido o texto como está aqui no blog, mas aproveito para apresentar meus comentários que os enviei anteriormente para o Luiz Carlos.
ResponderExcluirLuiz Carlos, obrigado pela nota do J. Ferreira sobre o deboche que domina as conversas sobre Várzea Alegre. Concordo com ele. Qualquer apreciação negativa quer seja de brincadeira ou séria reflete também de forma negativa na comunidade e nas pessoas que ali residem. O elogio e a apreciação positiva elevam a alma e engradece o espírito de todos. Temos que ensinar nossos descendentes a pensar positivo. A tia Candinha, que o J. Ferreira mencionou, foi uma dessas pessoas como tantas outras que conhecemos que mostraram que temos valor e precisamos aumentar o cabedal de conhecimentos positivo da terra. O teu pai, tua família e tantas outras são exemplos fantásticos do que os Várzea Alegrense podem fazer. As poucas vezes que me encontrei com tia Candinha, ela me animava a estudar. Eu olhava pra os filhos dela e os via como exemplo. Precisamos olhar e animar muitos outros da região a estudar mais, pois temos tanta capacidade quanto tantos outros alhures. Várzea Alegre tem contrastes sim, mas no sentido positivo. Quem não reconhece a alegria do seu povo e a beleza dos vales verdejantes de cana de açúcar e arroz no meio do sertão árido? Precisamos realçar essas diferenças de forma positiva porque o homem precisa de se orgulhar de alguma coisa boa para progredir. Por isso, concordo que não precisamos do deboche como realçou o J. Ferreira, mas por outro lado não devemos ter medo das brincadeiras que demonstram maturidade de nossa gente. Abraços, Antonio Dantas
Prezados amigos.
ResponderExcluirOs comentários são muito importantes porque agregam e trazem novos conhecimentos a postagem. Quando falo que os contrastes promovem, falo em termo de tornar conhecida, a simples curiosidade já destaca em termos de Brasil e mundo.
Na Musica Contrastes de Varzea-Alegre se cantava assim:
Mas, diga moço de onde você é,
Eu sou da terra de Zé Costa e Josué.
Luiz Gonzaga mudou para "Mastruz faz café". Por que? A nível de Brasil e Mundo, Zé Costa e Josué não tinham a importância que representavam para Várzea-Alegre.
Grande abraço.
meu professor de filosofia era meu pai(cascudo),aprendi muito com ele . logo que cheguei em fortaleza dezembro de 94 o primeiro colegio que fui me matricular foi o JOSE BEZERRA DE MENEZES (POLIVALENTE)quando falei que era de varzea alegre o diretou falou.
ResponderExcluirah!vc é de varzea alegre terra do arroz ,rapaz que bom ter vc como nosso aluno seja bem vindo!no mesmo colegio 5 meses depois rirei nota 10 na media de historia por uma apresentaçao sobre lendas,contos e contrastes ...a lenda foi UM PADRE MONTADA NA POICA DE BAICHO DE UM PÉ DE JUÁ,os contrastes foram A BURRA QUE MORREU DE FOME NA RUA DO CAPIM .pura ironia meu tio JOAO DA CARROÇA(CEARA)morava na rua do capim.se foi verdade ou nao o professor adorou e o outro foi O CEGO DA BOA VISTA MORREU AFOGADO NA LAGOA SECA .com todo meu jeito sempre sorrindo com sutaque matuto todos me aplaudiram e fui respeitado dai por diante durante 2 anos no colegio ,
no meu primeiro emprego quando falei que era de varzea alegre o meu patrao falou logo..
ah!varzea alegre terra do PADRE VIEIRA ...mandou eu vir no outro dia começar o trabalho....entao vejo que os contrastes sao motivos de muita alegria e sabedoria nao vejo de maneira alguma que seja deboche da nossa cultura ...em relaçao ao santo o grande culpado foi quem botou o santo la em cima perto do sino ,muito alto nao dar pra ninguem ver se era sao raimundo ,sao braz ou um padre muntado numa poica.isso pouco importa pois a fé nao se vê com os olhos é com o coraçao...
infelismente hoje o povo preferem a micareta do face book que só tem besteiras sem conteudo e sem fundamento .logico que tem algumas coisas que ajuda é bom no face mas prefiro os blogs ..obs:hojeem dia varzea alegre alem dos contrastes é muito conhecidacomo terra do carnaval .
essa é minha humilde opiniao ,parabens j.ferreira pelo seu texto,cada um tem sua opiniao sendo corretas ou nao o importante é o respeito. e mais uma vez parabens a toods os comentarios principalmente os de a.morais e do grande professor dantas ...
fiquem com DEUSSSS..