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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 1 de agosto de 2010

De caveira pra caveira - Bidim

Eu esta noite sonhei
Que por me faltar conforto
Tinha me encontrado morto
No cemiterio cheguei
Logo me desencarnei
E vi surgir da poeira
Uma ossada extranoeira
Me apresentando uma peça
Assim travou-se a conversa
De caveira pra caveira.

Acordei contrariado
Julgando o sonho nocivo
Me rescostei pensativo
Sobre o portão do mercado
Nisso um mendigo coitado!
Passou com a companheira
Magros assombrando a feira
Por seus aspectos medonhos
Reproduziu o meu sonho
De caveira pra caveira.

Um comentário:

  1. "A poesia do Bidim tem o cheiro de uma moqueca de arroz prata colhida na planicie verdejante do Riacho do Machado".

    Tiburcio Bezerra de Morais.

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