No ano de 1945, chegava pra morar na casa dos meus pais a menina Geralda de Pedro Batista, ( hoje Geralda Aquino). Nós fomos nascendo e crescendo com aquele cuidado e bondade daquela que nós chamávamos Cacá e depois Lalái, até que gerou uma grande afeição para todos nós.
No ano de 1957, Lalái casava com Tomaz Aquino. Na época tinha um costume na região, que a moça depois de casada ficava 15 dias na casa dos pais, para só então passar a viver com o marido.
Aqueles 15 dias foram uma tortura para mim e meus irmãos. No dia da partida a choradeira foi geral. Chorava Geralda de um lado e a meninada do outro. Meu pai tentando resolver aquele problema falou:
- Não precisa desse drama, não. Geralda vai é pro Sanharol, não é pra guerra não. Quando for no domingo, Raimundo e João vão deixar as galinhas que ela ganhou de presente de casamento e passam o dia com ela.
No domingo nós arranjamos um pau e meu pai amarrou seis galinhas pelas pernas e nós partimos pela estrada velha. Quando nós passávamos em frente à casa de Zé André, ele disse:
- Eita, que os Piauzinhos vão tomar a freguesia de Soarim. Na passagem pela bodega de Raimundo Sabino, ele falou: - Vocês vão dar de comer às raposas do Inharé?
Quando chegamos ao destino final, estava Margarida de Santiago na calçada e foi logo dizendo:
- Eita! Que no chiqueiro de Iraci não ficou nem um pinto.
Depois de fazer a entrega e matar a saudade, nós fomos brincar de baralho com os filhos de Carmelita, no grupo do Sanharol. Enquanto nós estávamos na brincadeira, uma das galinhas foi condenada sumariamente à morte. Não sei o que ela fez para merecer castigo tão grande, melhor seria aplicar uma surra de cipó.
Aquela diligência, eu e meu irmão João Morais fizemos quatro domingos seguidos, Quando acabaram as galinhas, nós procurávamos Seu Nelinho pra saber se ele não tinha alguma
encomenda que quisesse mandar pra Tomazinho,
Isolando as brincadeiras, esse texto foi desenvolvido para dizer do reconhecimento com a guerreira, que foi mãe e irmã para nós.
Abraço de gratidão para Geralda e seus filhos, genros, noras, netos.
No ano de 1957, Lalái casava com Tomaz Aquino. Na época tinha um costume na região, que a moça depois de casada ficava 15 dias na casa dos pais, para só então passar a viver com o marido.
Aqueles 15 dias foram uma tortura para mim e meus irmãos. No dia da partida a choradeira foi geral. Chorava Geralda de um lado e a meninada do outro. Meu pai tentando resolver aquele problema falou:
- Não precisa desse drama, não. Geralda vai é pro Sanharol, não é pra guerra não. Quando for no domingo, Raimundo e João vão deixar as galinhas que ela ganhou de presente de casamento e passam o dia com ela.
No domingo nós arranjamos um pau e meu pai amarrou seis galinhas pelas pernas e nós partimos pela estrada velha. Quando nós passávamos em frente à casa de Zé André, ele disse:
- Eita, que os Piauzinhos vão tomar a freguesia de Soarim. Na passagem pela bodega de Raimundo Sabino, ele falou: - Vocês vão dar de comer às raposas do Inharé?
Quando chegamos ao destino final, estava Margarida de Santiago na calçada e foi logo dizendo:
- Eita! Que no chiqueiro de Iraci não ficou nem um pinto.
Depois de fazer a entrega e matar a saudade, nós fomos brincar de baralho com os filhos de Carmelita, no grupo do Sanharol. Enquanto nós estávamos na brincadeira, uma das galinhas foi condenada sumariamente à morte. Não sei o que ela fez para merecer castigo tão grande, melhor seria aplicar uma surra de cipó.
Aquela diligência, eu e meu irmão João Morais fizemos quatro domingos seguidos, Quando acabaram as galinhas, nós procurávamos Seu Nelinho pra saber se ele não tinha alguma
encomenda que quisesse mandar pra Tomazinho,
Isolando as brincadeiras, esse texto foi desenvolvido para dizer do reconhecimento com a guerreira, que foi mãe e irmã para nós.
Abraço de gratidão para Geralda e seus filhos, genros, noras, netos.
Prezado Mundim do Vale.
ResponderExcluirEsta sua homenagem a Dona Geralda é absolutamente merecida. Lembro quando chegava a casa de Pedro e Iracy acompanhado de minha avó Zefa de Pedro André. O carinho e afeto entre os da casa era reciproco e verdadeiro. Parece que estou vendo o velho Ze André fazendo sua manifestação para você e o Joãozinho.
Meus cumprimentos a Dona Geralda, pelas vitorias merecidas. Que Deus lhe dê toda felicidade e paz do mundo.
Realmente você tem razão quando fala uma grande guerreira. A luta dessa senhora parece muito com a da minha mãe Cotinha que com dificuldade procurou investir nos seus filhos a educação. Portanto, quero aqui de público mandar um forte abraço a todos que fazem parte da família de Tomazinho e dona Geralda, dois grandes guerreiros que sempre valorizaram e os filhos continuam valorizando o nossa linda e adorável comunidade do Sanharol. Um abraço extensivo a todos da família de dona Geralda, uma homenagem mais do que justa.
ResponderExcluirPrezado Antonio Morais,
ResponderExcluirDona Geralda e Seu Tomaizim fincaram pé no sanharol nos anos 50
Ali cultivaram à terra. Foi assim que tiraram o sustento de seus oito filhos.
Hoje sabemos o que plantaram: educação, honestidade, trabalho afeto e amor.
O guerreiro Tomaizim "viajou" cedo, aos 53 anos de idade. Convivi com papai apenas 16 anos, porém mais do que suficiente para me tornar HOMEM o resto da minha vida.... e mais alguns anos.
Dona Geraldina merece toda homenagem possível. É justo chamá-la de Guerreira.
Com o falecimento de papai a luta da guerreira se tornou ainda e maior, pois pedim, o mais novo tinha apenas 12 anos e Mundinha necessitava de cuidados diariamente.
Dos frutos apenas Mundinha não está mais por aqui. Foi viver com papai. Assim foi a vontade de Deus.
Hoje mamãe faz a colheita do plantio, regado com muito amor.
Seus sete filhos, sete netos, quatro netas e um bisneto, todos TOMÁS, foram regados pela mes seiva e irão semear os mesmos grãos.
Amigo Morais, nosso sincero obrigado.
Raimundim Piau, sua família lhe aguarda lá no sanharol, para presenteá-lo com UM GRANDE ABRAÇO. Que seja em breve.
Neto Aquino.
Mundim,
ResponderExcluirque história bonita essa! Comovente e engraçada (por causa da história das galinhas).
Gosto muito e sempre gostei das histórias que cada família guarda, dessas histórias antigas do "povo antigo", "o povo do outro tempo", como dizia papai.
Quando eu for em Várzea-Alegre quero conhecer dona Geralda, e mais um monte de gente boa que tem por aí.
E gente engraçada, também, eu sei, porque vovô tinha uma "veia" humorística, era cheio de presepadas.
Um abraço de
Stela
Morais, João Bitu,Neto Aquino
ResponderExcluire Stela.
Obrigado pelos seus comentários.
Vocês trouxeram o complemento para minha postágem, aquela guerreira
hoje colhe os frutos das árvores
que plantou com o guerreiro Tomaz.
Abraço a todos.
Mundim.