São Raimundo Nonato era espanhol e viveu no século XIII. Ele se rebelou contra a escravidão que na época era tida como natural por muita gente. Em 1224 entrou na Ordem dos Mercedários, que era dedicada a resgatar os cristãos capturados pelos islâmicos, que eram levados para prisões na Argélia.
São Raimundo não queria apenas libertar os escravos, mas lutava também para manter viva a fé cristã dentro deles. Capturado e preso na Argélia, converteu presos e guardas, mas teve a boca perfurada e fechada por um cadeado para não pregar mais. Após sua libertação, foi nomeado em 1239 cardeal pelo papa Gregório IX, todavia no início de seu caminho a Roma padeceu violentas febres pela qual morreu.
Recebeu a alcunha de Nonato (em catalão Nonat) porque foi extraído do ventre de sua mãe, já morta antes de dar-lhe à luz, ou seja, não nasceu de uma mãe viva, mas foi retirado de seu útero, algo raríssimo à época. É festejado no dia 31 de agosto e é considerado o patrono das parteiras e obstetras.
Prezado Leitor.
ResponderExcluirVoce já viu um padre, em suas pregações, falar da historia de São Raimundo? Eu não vi.
Armando Rafael e Morais, em homenagem ao seu relato apresento as primeiras estrofes de um texto que construí envolvendo a figura fantástica de São Raimundo Nonato. Esse trabalho é composto de aproximadamente 160 estrofes.
ResponderExcluirEi-las:
O ENCONTRO DE SÃO RAIMUNDO NONATO COM GETÚLIO VARGAS NA FESTA DE AGOSTO
No picadeiro do sonho,
No palco da ilusão,
Eu vislumbrei uma cena
Com bem formada emoção,
Que me fez pensar bastante
E fazer reflexão.
Um Encontro Mundial
De Oradores, havia:
Num palco improvisado,
De sutil alegoria,
Bem na frente do Cruzeiro
Isolado, que ousadia!
O cruzeiro é uma cruz
Fincada num pedestal,
Que no patamar da igreja
Tem o seu ponto normal,
Pois representa Jesus
No martírio crucial.
Todavia, em Várzea Alegre
Um contraste aconteceu:
Fincaram-no isolado,
Porém ninguém percebeu
As casas em construção
Cobrindo o seu apogeu.
Esse histórico local
Pelo meu sonho lembrado
Encontra-se a poucos metros
De um local muito afamado:
A Esquina de Zé Bitu
Um ponto já consagrado.
Se você andar um pouco
Nessa mesma direção
Encontrará a capela
De um santo que tem ação:
O famoso Santo Antônio
O defensor da paixão.
Tinha padres e políticos
Cantadores, repentistas,
Muitos santos milagreiros,
Escritores e artistas
Diretores importantes
De jornais e de revistas.
Enobrecendo o cenário
Vi uma imagem real:
Verifiquei São Raimundo
Com traje tradicional
Enxerguei Getúlio Vargas
Figurão nacional.
Da Índia, encontrei Ghandi
Da Bahia, Rui Barbosa
Da Argentina, a Evita
Figura muito famosa,
E daqui do Ceará
Quintino Cunha era a prosa.
Outros vultos importantes
Davam brilho a ocasião:
Padre Vieira e Bidinho
Numa outra posição,
Joaquim Alves e Otacílio
Aguardavam com atenção.
O palco foi planejado
Para servir ao evento.
Com dois metros de altura
Sem cobrir o monumento
No Cruzeiro avistávamos
Bela cruz vibrar ao vento.
As duas extremidades
Laterais da grande cruz
Ornamentadas com fitas
De cor rubra, que reluz,
Algumas verde-amarelas
E outras brancas, como a luz.
As fitas verde-amarelas
Vinham homenagear
O presidente Getúlio,
O estadista popular,
Porém, as rubras e brancas
São Raimundo, demonstrar.
O Santo e o Presidente
Sentiram-se comovidos
Vendo as fitas tremulando
Com os tons bem escolhidos
E fitando enorme festa
Ficaram envaidecidos.
O primeiro a discorrer
Foi o santo padroeiro
Da cidade dos contrastes
São Raimundo verdadeiro,
De oratória soberana
E discurso alvissareiro.
Narrou toda a sua história
Com sagaz erudição:
Que veio ao mundo por sorte,
Pela força da oração
Pois teve a sua mãe morta
No final da gestação;
Que pra não morrer no útero
Da sua mãe, tão pequeno,
Do ventre dilacerado
Retiraram-no, sereno,
Vindo ao mundo com a missão
De torná-lo mais ameno.
Falou com muita eloqüência
Da fé e da piedade
Da sua missão na África
Em busca da liberdade
Dos cristãos que padeciam,
Que sofriam de verdade.
Relembrou o seu martírio
E a sua grande aflição
Quando calaram a sua voz
Tirando o seu vozeirão
Colocando um cadeado
Nos lábios por perversão.
Retornou pra à sua Espanha
Com distinta aclamação.
O papa Gregório IX
Cedeu-lhe honrosa moção
Transformando-o em cardeal
Com justíssima razão.
Ao chegar em Barcelona
Viu-se livre do tormento
E não querendo o conforto
Do palácio cem por cento
Buscou morar muito humilde
Nas celinhas do convento.
Em trinta e um de agosto,
De doença natural,
Parte do mundo dos vivos,
Deixa de ser um mortal
E o grande papa Alexandre
Torna-lhe santo, afinal.
Hoje é muito relembrado
Por seu exemplo de vida:
O trabalhador rural
Faz-lhe festa merecida
Daí ser muito exaltado
Tendo a glória garantida.
Um grande abraço.