Nos dias de hoje, nós podemos notar mudanças na educação infantil e na comunicação. É mais do que normal o resumo de palavras em mensagens. Muito normal também é a gíria popular onde as palavras tomam um sentido diferente.
Eu peguei um bucho.
Quando um trabalho é mais complicado dizem:
Isso é um bucho.
A educação infantil vem se modernizando tanto, que se alguém falar em cegonha para uma criança de seis anos, corre o risco de ser chamado de retrógrado.
Há alguns anos atrás, era um bucho muito grande para os pais explicarem, o processo de gravidez e parto para os filhos.
Lá no meu Sanharol aconteceu a seguinte história.
Antônio Gonçalo do Sanharol, era um cidadão amigo, trabalhador, índole mansa, moderada e muito honesto. Homem alto forte que pesava 180 kilos e como todo gordo tinha o bucho grande. Morava vizinho a casa de Zé André e Tonha.
Anacleto, o quarto filho do casal, tinha seis anos e era muito esperto para aquela idade.
Certa vez estavam Pedro e Antônio Morais conversando baixinho num quarto o assunto era barriga de mulher.
Anacleto subiu na janela e surpreendeu os irmãos dizendo:
Ei meninos, quem cochicha, o rabo espicha.
Eles responderam : E quem escuta, o rabo encurta.
Em seguida Anacleto perguntou a sua mãe:
Mãe! Eu só queria saber porque titia tava com o bucho grande, aí botaram um menino pela brecha da porta e o bucho ficou pequeno. Cotinha de Raimundo Bitu, tava com o bucho grande, botaram um menino pela brecha da porta, aí o bucho ficou pequeno. Tereza Oiti, tava com o bucho grande, aí foi lá pras banda do Junco e botaram Zé Mariano por debaixo da porta e o bucho dela murchou.
Porque não botam um menino pela brecha da porta da casa de Antônio de Gonçalo, pra ver se o bucho dele fica pequeno também?
Mundim.
ResponderExcluirNaqueles tempos as historias eram as mais diversas. Os ricos informavam os nascimentos se davam atravez da cegonha, Papai Noel, etc já os pobres a chegada era pela brecha da porta, pela fornalha, e, por esta razão os meninos eram inocentes e não entendiam ser imposivel o bucho do Antonio de Gonçalo diminuir com um menino entrando em casa pela brecha da porta. Inocencia mesmo. Voce está descobrinhos os segredos do Sanharol. Cuidado se eu começar a falar os segredos da Vazante pode sobrar pra voce tambem.hahahaha
Abraços
Morais.
ResponderExcluirSe não houver nenhuma mudança
é possível que eu fique na cidade de jatí até o natal.
Abraço.
Mundim.
Mundim,
ResponderExcluirEsses seus "penteados" melhoram em muito as histórias que você conta por causa das pitadas de graça que você consegue inserir e acrescentar.
Gosto demais do resultado.
Abraço,
Claude
Primo Morais Fato acontecido e sou um verdadeiro testemunho desse episódio. Eu não sabia até os 12 anos o que era cabaré. Perguntei ao meu pai o que era o sentido dessa palavra e ele prometeu dar-me umas lapadas. Então, Luis meu irmão muito autêntico foi explicar-me o sentido da tal palavra e na verdade pegou uma bela pisa de cipó de marmelo.
ResponderExcluirEstou aqui rindo, pensando sobre a ingenuidade das crianças da época e também das engraçadas e estranhas estratégias que os pais utilizavam para desviar a atenção dos jovens, principalmente em assuntos relacionados ao sexo e natalidade. Outro motivo para rir é que o personagem Antonio Gonçalo era meu avô paterno e que, realmente era muito forte,tendo desenvolvido um barrigão na velhice.
ResponderExcluirPrezado Antonio Gonçalo - O coisa está tão difícil que escrevemos com naturalidade, descrevendo as pessoas como eram de verdade e, somos surpreendidos com descendentes aborrecidos e ofendidos. Você sabe que o seu avô, que você carrega o nome dele com muita honra, era uma pessoa muito querida e admirada por nossa família. E mais, essa admiração era reciproca e muito verdadeira. Boa Noite e um forte abraço.
ResponderExcluirMorais, pelo contrário, fico é muito grato pela citação do texto e o elogio do comentário acima. Sei que o espírito da sua narrativa é a descontração. Inclusive, ainda sou grato pelos comentários liricos que você enviou e eu os inclui no meu livro TROPEIRISMO NOSSO, cujo personagem principal é o meu avô Antonio Gonçalo, a quem adimiro muito. E sei do respeito que vocês e as pessoas ao redor tinham por ele e por minha vó.
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