Postagem histórica,
Em Novembro de 1788, casa-se Raimundo Duarte Bezerra (Papai Raimundo) com Tereza Maria de Jesus, vindo desse consórcio matrimonial a procriação dos filhos de Várzea Alegre. Tereza Maria de Jesus tinha uma inabalável fé e devoção a são Raimundo Nonato, cuja imagem em pequeno vulto possuía em sua casa num quarto de orações que mandara construir. Nas conversas que mantinha com os de sua família, manifestava sempre o desejo de construir uma capela dedicada a são Raimundo Nonato: “Tenho fé em Deus e em São Raimundo Nonato que ainda edifico nesta terra uma capela, mesmo que pequena, em sua honra”.
Tereza Maria de Jesus não teve a alegria de ver esse seu tão nobre e aspirado desejo realizado, uma vez que, em setembro de 1823, na ocasião em que nascia o seu primeiro netinho, ela, tomando em suas mãos a criança, erguia em tom de agradecimento um caloroso e entusiástico “Viva são Raimundo”, tombando sem vida logo depois. Tereza Maria de Jesus morre repentinamente sem ver o seu sonho concretizado. No entanto, sua família não esqueceria o desejo por ela ardentemente nutrido e confiante ficou a espera de um dia promissor.
Vinte e nove anos depois, em 1852, ordenava-se o Padre José de Pontes Pereira, da família Onofre e Pontes de Assaré, e natural daquele lugar. Estando o Pe. Pontes desocupado, sem ter uma paróquia para curar e, portanto, para desempenhar o ministério sacerdotal do qual acabara de ser investido, aparecendo na cidade de Assaré o Major Joaquim Alves Bezerra, de Várzea Alegre, fez com ele um contrato para celebrar em Várzea Alegre as missas de Natal, Ano Novo e Reis, sendo que havia ali aquele quarto de orações que muito bem se prestaria a esse fim.
Decorrido esse período o Pe. Pontes, após celebrar a ultima missa do contrato, muito satisfeito e imensamente agradado do lugar e mais ainda do povo de comportamento exemplar e fé sincera, embora que sem cultivo, fez ver ao mesmo povo que se prometesse fazer para si uma casa de morada, e edificar também uma capela para são Raimundo Nonato, vinha ser o seu capelão.
De boa vontade o povo acolheu esse altruístico gesto do ilustre levita, uma vez que para ter mão desse fim, ao qual muito se aspirava, não havia sacrifícios a enfrentar, por mais intransponíveis que fossem.
Os Homens influentes da localidade mandaram logo ao Bispo Diocesano de Pernambuco a petição da licença para a construção da capela, visto que no Ceará ainda não existia bispado. O Sr. Bispo respondeu que a licença só seria dada caso o terreno onde a capela seria edificada fosse doado ao Santo. Três filhos de Raimundo Duarte Bezerra (papai Raimundo), e um genro deste, deram então por escritura pública, duzentas “braças” de terra, sendo que a medição desta se faria de duzentas braças de cada canto da capela.
Logo que concedida a licença, se fizeram iniciar os serviços (1854), sendo depois suspensos por causa dos oficiais da obra que não estavam se empenhando. Em 1855, porém, reiniciaram-se os trabalhos com muita intensidade e maior entusiasmo, ficando concluída a capela no ano seguinte, quando com cerimônia ao estilo foi abençoada. O ato solene de benção e inauguração da capela ocorreu no dia 2 de fevereiro de 1856, sendo a cerimônia oficiada pelo Pe. Manoel Caetano, então coadjutor do Icó.
Como prometera, o Pe. Pontes veio para Várzea Alegre e ali permaneceu, na qualidade de capelão, até 11 de maio de 1859, quando vítima do cólera morbus veio a falecer. Conta-se que naquela época todo o interior fora acometido por esse mal, e durante a santa missa, no momento da elevação, o Pe. Pontes oferece sua vida em Holocausto: “Fazei de mim, Senhor, a última vítima, nesta terra, deste terrível mal e poupai esta humilde e sofrida gente”. Segundo o que é atestado, O Pe. Pontes foi a última vítima do cólera a morrer em Várzea Alegre, sendo que poucas horas depois dele, morreu apenas uma menina de nome Bárbara, que já se encontrava em fase terminal. Os restos mortais do Pe. Pontes jazem em Várzea Alegre no local onde encontra-se erigida a capela de Santo Antônio, à entrada da cidade.
Viveu pois plenamente o seu sacerdócio e pastoreio, uma vez que a exemplo do Cristo que faz sua a vida da humanidade e por ela dá a sua, igualmente Padre Pontes, configurado a cristo pelo sacerdócio, fez sua a vida daquela humilde gente desde o momento que mostrando-se não ávido de pretensões carreiristas, ofereceu as primícias do seu ministério sacerdotal aos trabalhos, não menos nobres, de uma capelania numa pequena vila no interior do Ceará. Insigne foi o coroamento do seu breve sacerdócio, onde une o sacrifício da sua vida ao sacrifício redentor de Cristo. A vida do Pe. Pontes encontra na ara o seu clímax. Vida e morte pelo povo e para Deus: Fidelitas Christi, fidelitas sacerdotis. Como colaborador fiel de Cristo, a ele se aplicam as palavras do evangelho de João: “Bonus Pastor animam suam dat pro ovibus suis”.
Sempre será oportuno lembrar que o Pe. Pontes durante aquele pequeno lapso de tempo que permaneceu em Várzea Alegre, fez tudo pelo seu progresso deixando aquela capelania em condições tão favoráveis e promissoras que, sem sacrifício algum, foi em 30 de novembro de 1863 criada a paróquia de Várzea Alegre, por decreto de sua Exma. Revma. Dom Luiz Antônio dos Santos, sob a invocação de São Raimundo Nonato e guarda pastoral do Pe. Benedito de Sousa Rego.
Em Novembro de 1788, casa-se Raimundo Duarte Bezerra (Papai Raimundo) com Tereza Maria de Jesus, vindo desse consórcio matrimonial a procriação dos filhos de Várzea Alegre. Tereza Maria de Jesus tinha uma inabalável fé e devoção a são Raimundo Nonato, cuja imagem em pequeno vulto possuía em sua casa num quarto de orações que mandara construir. Nas conversas que mantinha com os de sua família, manifestava sempre o desejo de construir uma capela dedicada a são Raimundo Nonato: “Tenho fé em Deus e em São Raimundo Nonato que ainda edifico nesta terra uma capela, mesmo que pequena, em sua honra”.
Tereza Maria de Jesus não teve a alegria de ver esse seu tão nobre e aspirado desejo realizado, uma vez que, em setembro de 1823, na ocasião em que nascia o seu primeiro netinho, ela, tomando em suas mãos a criança, erguia em tom de agradecimento um caloroso e entusiástico “Viva são Raimundo”, tombando sem vida logo depois. Tereza Maria de Jesus morre repentinamente sem ver o seu sonho concretizado. No entanto, sua família não esqueceria o desejo por ela ardentemente nutrido e confiante ficou a espera de um dia promissor.
Vinte e nove anos depois, em 1852, ordenava-se o Padre José de Pontes Pereira, da família Onofre e Pontes de Assaré, e natural daquele lugar. Estando o Pe. Pontes desocupado, sem ter uma paróquia para curar e, portanto, para desempenhar o ministério sacerdotal do qual acabara de ser investido, aparecendo na cidade de Assaré o Major Joaquim Alves Bezerra, de Várzea Alegre, fez com ele um contrato para celebrar em Várzea Alegre as missas de Natal, Ano Novo e Reis, sendo que havia ali aquele quarto de orações que muito bem se prestaria a esse fim.
Decorrido esse período o Pe. Pontes, após celebrar a ultima missa do contrato, muito satisfeito e imensamente agradado do lugar e mais ainda do povo de comportamento exemplar e fé sincera, embora que sem cultivo, fez ver ao mesmo povo que se prometesse fazer para si uma casa de morada, e edificar também uma capela para são Raimundo Nonato, vinha ser o seu capelão.
De boa vontade o povo acolheu esse altruístico gesto do ilustre levita, uma vez que para ter mão desse fim, ao qual muito se aspirava, não havia sacrifícios a enfrentar, por mais intransponíveis que fossem.
Os Homens influentes da localidade mandaram logo ao Bispo Diocesano de Pernambuco a petição da licença para a construção da capela, visto que no Ceará ainda não existia bispado. O Sr. Bispo respondeu que a licença só seria dada caso o terreno onde a capela seria edificada fosse doado ao Santo. Três filhos de Raimundo Duarte Bezerra (papai Raimundo), e um genro deste, deram então por escritura pública, duzentas “braças” de terra, sendo que a medição desta se faria de duzentas braças de cada canto da capela.
Logo que concedida a licença, se fizeram iniciar os serviços (1854), sendo depois suspensos por causa dos oficiais da obra que não estavam se empenhando. Em 1855, porém, reiniciaram-se os trabalhos com muita intensidade e maior entusiasmo, ficando concluída a capela no ano seguinte, quando com cerimônia ao estilo foi abençoada. O ato solene de benção e inauguração da capela ocorreu no dia 2 de fevereiro de 1856, sendo a cerimônia oficiada pelo Pe. Manoel Caetano, então coadjutor do Icó.
Como prometera, o Pe. Pontes veio para Várzea Alegre e ali permaneceu, na qualidade de capelão, até 11 de maio de 1859, quando vítima do cólera morbus veio a falecer. Conta-se que naquela época todo o interior fora acometido por esse mal, e durante a santa missa, no momento da elevação, o Pe. Pontes oferece sua vida em Holocausto: “Fazei de mim, Senhor, a última vítima, nesta terra, deste terrível mal e poupai esta humilde e sofrida gente”. Segundo o que é atestado, O Pe. Pontes foi a última vítima do cólera a morrer em Várzea Alegre, sendo que poucas horas depois dele, morreu apenas uma menina de nome Bárbara, que já se encontrava em fase terminal. Os restos mortais do Pe. Pontes jazem em Várzea Alegre no local onde encontra-se erigida a capela de Santo Antônio, à entrada da cidade.
Viveu pois plenamente o seu sacerdócio e pastoreio, uma vez que a exemplo do Cristo que faz sua a vida da humanidade e por ela dá a sua, igualmente Padre Pontes, configurado a cristo pelo sacerdócio, fez sua a vida daquela humilde gente desde o momento que mostrando-se não ávido de pretensões carreiristas, ofereceu as primícias do seu ministério sacerdotal aos trabalhos, não menos nobres, de uma capelania numa pequena vila no interior do Ceará. Insigne foi o coroamento do seu breve sacerdócio, onde une o sacrifício da sua vida ao sacrifício redentor de Cristo. A vida do Pe. Pontes encontra na ara o seu clímax. Vida e morte pelo povo e para Deus: Fidelitas Christi, fidelitas sacerdotis. Como colaborador fiel de Cristo, a ele se aplicam as palavras do evangelho de João: “Bonus Pastor animam suam dat pro ovibus suis”.
Sempre será oportuno lembrar que o Pe. Pontes durante aquele pequeno lapso de tempo que permaneceu em Várzea Alegre, fez tudo pelo seu progresso deixando aquela capelania em condições tão favoráveis e promissoras que, sem sacrifício algum, foi em 30 de novembro de 1863 criada a paróquia de Várzea Alegre, por decreto de sua Exma. Revma. Dom Luiz Antônio dos Santos, sob a invocação de São Raimundo Nonato e guarda pastoral do Pe. Benedito de Sousa Rego.
Oportuna a postagem sobre o Padre José Pontes Pereira. A história da religiosidade de Várzea-Alegre passa por Maria Teresa de Jesus, esposa de Papai Raimundo e mãe do Major Joaquim Alves e outros filhos.
ResponderExcluirEsta família teve papel importante na criação da Paróquia de São Raimundo Nonato. Fez a doação de um patrimônio, à partir da própria casa residencial onde esta encravada a Igreja matriz atual. Essa historia, se bem disseminada tornaria o Padre José Pontes Pereira um santo nos nossos dias.
Antes os seus restos mortais estavam sepultados num tumulo atrás da capela de Santo Antônio, na Praça que leva o mesmo nome. Com a construção da Estrada do Algodão foram retirados do local para dar passagem da estrada e, eu tenho informações que os restos mortas foram transladados para a Capela de São Francisco.
Caro Morais:
ResponderExcluirExiste na Cúria Diocesana de Crato dossiês sobre todas as 55 paróquias que formam a Diocese de Crato. O dossiê da antiquíssima Paróquia de São Raimundo Nonato, de Várzea Alegre, infelizmente é pequeníssimo, com pouca documentação que mereça ser consultada.
Vou imprimir e copiar esta sua pesquisa para enriquecer o dossiê da Paróquia de Várzea alegre. Parabéns pelo texto!
Esse capelão é o padrinho de Dr. Ildefonso Correia Lima, filho do Major Ildefonso e Dona Fideralina. O batizado aconteceu na Vila das Lavras em agosto de 1860. Dez anos depois Várzea Alegre se emancipa de Lavras, em 1870.
ResponderExcluir