Jose Carlos de Alencar.
Em eleições da década de 80 do século passado, as lideranças de Várzea-Alegre fizeram um acordo para que o Presidente da Câmara Municipal fosse o vereador mais bem votado na eleição. José Carlos de Alencar, foi o vitorioso. Acontece que José Carlos era acusado de ser analfabeto e como fazer para dar posse ao prefeito eleito e presidir uma cerimônia de tal porte?
Lourival Frutuoso era o mestre de cerimonia e orientou José Carlos dizendo: Eu vou conduzir a solenidade, no final, quando eu piscar o olho você se levanta e diz: “declaro encerrada a sessão”. Encaminhados os trabalhos, discursos de quem saia e de quem entrava o Lourival piscou o olho para José Carlos que se levantou, assungou a calça, apertou um buraco a mais no cinturão e lascou: “Encerro declarada a sessão”! Mais um contraste, abriu de novo.
Perseguição eleitoral vem de longe, não só de agora com o Tiririca. Depois da constituinte da década de 80 do século passado, dois absurdos foram estabelecidos em lei: Menor de 18 anos pode votar, mas não pode ser votado e o analfabeto pode votar, mas não pode ser votado. Como pode você ter o direito de escolher e não ter o direito de ser escolhido? José Carlos de Alencar, um dos homens mais corretos e honrados de minha terra, também foi acusado de ser analfabeto, assim como o Tiririca. A sorte do José Carlos é que não tinha um suplente influente do porte do José Genoíno para tomar o seu mandato - te cuida Tiririca. Veja uma historinha do Zé Carlos:
Em 1986, sair do Crato para votar em Várzea-Alegre, dei carona ao Jodival Carlos, filho do José Carlos. Passando pelo Baixio fui levar o Jodival em casa. Quando José Carlos viu um adesivo no nosso carro com os dizeres: “motores turbo”; ele me advertiu: Morais, tire logo esse nome de Adauto Bezerra daí do teu carro que o juiz tá é brabo, está prendendo todo mundo. Adauto Bezerra era o candidato do José Carlos naquelas eleições.
José Carlos de Alencar, importante liderança política de Várzea Alegre, tendo exercido diversos cargos ao longo de sua vida pública. Falecido no ano de 1992, José Carlos de Alencar foi candidato a prefeito nas eleições municipais de 1976. Homem digno, honrado e leal. Um abraço de admiração aos seus familiares.
ResponderExcluirA. Morais
Morais,voce falou em um varzealegrense que, eu sempre admirei pelo o respeito que ele tinha com os seus adversários políticos.Na sua eleição pra prefeito contra Dr.Pedro,após apuração das urnas e sua derrota evidente,ele passou em sua C10 no meio da multidão e recebeu a maior "vaia",sua reação foi um sorriso estampado no rosto bem largo.Boa lembrança
ResponderExcluirMorais.
ResponderExcluirTe enviei essa anedota de um político bêbado e você não públicou, tem seus motivos, eu respeito, mas como sei que preserva a democracia acima de tudo, como diria Voltaire: Posso não concordar com o que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizer. A história não tão indecente assim leia:
DISCURSO DE UM POLÍTICO METIDO
Um político, que estava em plena campanha, chegou a uma pequena Cidade, subiu ao palanque e começou o discurso: -
Compatriotas, companheiros, amigos!
Encontramo-nos aqui, convocados, reunidos ou juntos para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual me parece transcendente importante ou de vida ou morte.
O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou junta é a minha postulação, aspiração ou candidatura a Presidente da Câmara deste Município.
De repente, uma pessoa do público pergunta:
- Doutor, porque é que o senhor utiliza sempre três palavras, para dizer a mesma coisa?
O candidato respondeu:
- Pois veja, meu senhor: a primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como intelectuais em geral; A segunda é para pessoas com um nível cultural médio, como o senhor e a maioria dos que estão aqui; A terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele alcoólico, ali deitado na esquina.
De imediato, o alcoólico levanta-se, a cambalear, e responde: - Senhor postulante aspirante ou candidato: (hic) o fato,
circunstância ou razão pela qual me encontro num estado
etílico, alcoolizado ou mamado (hic), não implica,
significa, ou quer dizer que o meu nível (hic) cultural
seja ínfimo, baixo ou mesmo rasca (hic). E com toda a
reverência, estima ou respeito que o senhor me merece
(hic), pode ir agrupando, reunindo ou juntando (hic) os seus
haveres, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se,
dirigir-se ou ir direitinho (hic) à leviana da sua
progenitora, à mundana da sua mãe biológica ou (hic) à puta
que o pariu!
Francisco.
ResponderExcluirMuito Boa. Não me recordo de ter lido a sua mensagem. Abraços.
Antonio Morais,
ResponderExcluirO Prefeito de Varzea rompeu o compromisso que havia selado com o PT local em relação à sucessão da Mesa Diretora da Câmara e está apoiando a reeleição do atual.
Parece-nos que o Zé não acredita na força do PT. Ou não pensa na sua sucessão daqui a dois anos.
Passos.
ResponderExcluirNão gosto de comentar a politica local, mas seguramente entendo que o PT de Varzea-Alegre não tem a menor condição de fazer frente com uma candidatura proprio a nivel do executivo municipal, porém, é sem duvida o fator decisorio. Pelos menos nos ultimos 16 anos tem sido assim. Oito anos dando sustentação politica a uma tendencia e outros oito anos fazendo o mesmo papel do outro lado. Se o PT quiser fará o futuro presidente da Camara Municipal, o que não quer dizer que saia maior do episodio.
Morais, obrigado por essa postagem sobre José Carlos de Alencar. Zé Carlos foi o elo mais importante que tive com o Baixio e Várzea Alegre. Uma liderança nata inigualável manchado pelo analfabetismo. Ele não era analfabeto, apenas tinha muito pouca leitura, mas dava valor a quem tinha mais.
ResponderExcluirNa última vez que estive com Figueiredo Correia lá em Brasília, ele relatou que Zé Carlos era candidato a perfeito mas não iria ganhar porque era analfabeto. Fiquei triste. Ainda sinto uma tristeza muito grande quando vejo pessoas que poderiam ser cientista, poeta ou músico, mas não tiveram incentivo nem a oportunidade de se prepararem.
Na última vez que estive em Assaré com João Carlos, primo meu e sobrinho de José Carlos de Alencar, ele virou-se pra mim e falou – Antonio você saiu daqui e se formou e agora é doutor, eu continuo analfabeto. Eu retruquei que não o considerava analfabeto porque se aprende a ler pra entender de outras coisas necessárias a vida. E acrescentei: um homem bem sucedido como você, que sabe montar e desmontar um trator, que entende de solos, de sementes e de negócios e tem umas das melhores plantações de milho do Ceará numa terra tão inóspita como essa, não é analfabeto. Em realidade, eu daria pra ele o título de engenheiro por merecido saber.
A José Carlos de Alencar eu também daria o título de líder por merecido saber. Agradeço esse resgate da memória de um dos líderes mais importante de nosso município. A falta de leitura não impedia José Carlos de ler as pessoas e entender dos problemas que afligiam o município. Infelizmente, a falta de escolaridade machuca as pessoas e amarra a cultura. O defeito não está na pessoa mas no meio que o criou. O problema do Titirica não é ser analfabeto mas de viver num ambiente que ainda produz analfabetos.
Parabéns Morais. Antonio Dantas
Prezado Antonio Dantas.
ResponderExcluirAgradeço seu importante depoimento. A postagem, no geral, trata dos absurdos da própria lei: O analfabeto pode votar, mas não pode ser votado assim como o menor. Voltando ao Jose Carlos, um homem honrado, correto, exemplo de dignidade, possuidor de uma lealdade extremada, homem de um lado só na politica. Um exemplo a ser seguido que ficou na historia.
Abraços.
Olá, procuro informações sobre esse ramo da família Alencar. Meu bisavô se chamava Isaías Carlos de Alencar, seu irmão era O vereador José Carlos de Alencar. O pai eles se chamava Carlos Gomes de Alencar. Gostaria de encontrar o vinculo deles com os Alencar de Crato.
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