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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Tanto a Bandeira como o Hino Nacional Brasileiro são herança da Monarquia – por Armando Lopes Rafael



(excertos de artigos públicos neste Blog em junho de 2010)
A Bandeira do Brasil Império foi criada e oficializada através dor Decreto de 18 de setembro de 1822. Foi desenhada por Jean-Baptiste Debret. Era composta de um retângulo verde e um losango amarelo, cores escolhidas por dom Pedro I, para lembrar o verde da Casa de Bragança (origem do nosso primeiroImperador) e o amarelo da Casa Real dos Habsburgos, de onde provinha a Imperatriz Leopoldina.
No Centro um escudo, cercado de ramos de café e tabaco indicados no decreto como "emblemas de sua riqueza comercial, representados na sua própria cor, e ligados na parte inferior pelo laço da nação". As 19 estrelas de prata correspondem às 19 províncias que o país tinha na época. Menos de quatro meses depois a coroa real que se sobrepunha ao brasão foi substituída por uma coroa imperial "a fim de corresponder ao grau sublime e glorioso em que se acha constituído esse rico e vasto continente", afirmava o decreto de 1º de dezembro de 1822.

Também o nosso Hino Nacional (igualmente oriundo dos tempos imperiais) que é ouvido, com todo respeito, por milhões de brasileiros, remonta ao Primeiro Reinado de Dom Pedro I, O Hino Nacional Brasileiro era executado sem ter ainda uma letra. Conhecida apenas como “Marcha Imperial”, foi muito tocada nos campos de batalhas da Guerra do Paraguai. Depois desse conflito foi popularizada na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil.

Com o advento do golpe militar que implantou a República dos Estados Unidos do Brasil, no chamado “Governo Provisório” – dirigido pelo Marechal Deodoro da Fonseca – foi instituído um concurso para a adoção de um novo hino nacional. A ordem era (tentar) apagar tudo que restasse do Brasil-Império. Vivia-se os novos tempos republicanos e a propaganda oficial dizia que tudo vinha melhorando e o Brasil iria trilhar a senda do progresso e do bem estar do seu povo.Quantas vezes, nos últimos cem anos, vimos esse filme...

Pois bem, na noite de 20 de janeiro de 1890, o Teatro Lírico do Rio de Janeiro estava superlotado, reunindo as mais destacadas personalidades da então capital brasileira, para conhecer o novo Hino Nacional. No camarote de honra, o velho Marechal Deodoro, àquela época já bastante decepcionado com alguns companheiros do golpe militar de 15 de novembro de 1889. O hino que obteve o primeiro lugar no concurso foi composto pelo maestro Leopoldo Miguez, com letra de Medeiros e Albuquerque. Na verdade, uma bonita peça (hoje chamada de “Hino da República”, que começa com o refrão: “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós”.

Ao final da execução do hino, o Marechal Deodoro bateu o martelo e impôs:
– Prefiro o velho!

Foi quando ficou preservada para as gerações vindouras, a bela “Marcha Imperial”, o mesmo Hino Nacional Brasileiro de hoje, cujos primeiros acordes (“Ouviram do Ipiranga às margens plácidas/ De um povo heróico o brado retumbante”) nos enche de orgulho e nos faz reviver o pouco de patriotismo que ainda resta à “brava gente brasileira”...
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael

Um comentário:

  1. Armando Rafael.

    São dois simbolos nacionais que dificilmente alguem justificará e terá competencia para fazer qualquer mundança. O vice-presidente da Republica do atual Governo andou sugerindo uma mudança, em lugar de "Deitado eternamente em berço explendido", uma outra coisa lá, mas acordou em tempo e não levou a ideia a diante. Ainda bem.

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