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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 9 de junho de 2014

Noivado desfeito - Noivado renovado!


Todo sujeito, não importa sua condição ou classe – na vida interior, dedica afeição à sua terra natal, um arruado que seja ou exuberante metrópole. Há sempre um motivo para manter aceso este afeto: o rio da infância, a lagoa das suas traquinagens, as ruas por onde desfilou suas presepadas, os meninos-companheiros de peraltices, as pessoas amigas, os parentes. A terra, enfim, que um dia, solenemente, recebeu seu umbigo.

Não sei de alguém que mais tenha querido bem a Várzea-Alegre que meu irmão Joaquim. Jornalista, teve sempre suas atuações longe da terra berço, mas, nem por isso, a esqueceu, jamais. Comentarista da BBC de Londres, os 29 anos que viveu naquela cidade não lhe tiraram a lembrança de seus velhos amigos, os Bilés do Coité, Sr. Caboclo, Tonico, quantas dezenas, nem o linguajá manso de varzealegrense. Costumava dizer que a lembrança da terra é como o papagaio que o menino tem preso no dedo: por mais longe e alto que ele voe, está sempre ligado ao menino que o sustenta. Nas suas cartas, não a esquecia, nas suas visitas ao Brasil, jamais deixou de dedicar uns dias a sua terra e ao seu povo. E demonstrou esse afeto até a morte. Gravemente enfermo em Londres, e sentindo que a vida lhe fugia, fez-me uma carta em que lembrava este trecho da Antologia Nacional de Carlos Laet, leitura dos nossos tempos de ginásio. 

Manisfestava, assim, o desejo de volver ao Brasil, ao Ceará, a sua Várzea-Alegre. Fui buscá-lo, numa viagem temerosa, face ao seu agravado estado. Trouxe-o, felizmente, sem acidente de qualquer espécie, embora não quisesse seu medico inglês atestar condições para um vôo 8 horas, a 12.000 metros de altura e 950 quilômetros horários de velocidade. 45 dias apenas sobreviveu. Foi sepultado, no Recife, no Cemitério Santo Amaro, de onde seus restos mortais foram, dois anos depois, transferidos para Várzea-Alegre, onde repousam, ao lado dos seus pais e da irmã Anizia, que a eles se foi juntar, em Setembro de 1982.

J. Ferreira.

3 comentários:

  1. O Jornalista Joaquim Ferreira, nos 29 anos que atuou como comentarista da BBC de Londres, iniciava seus programas sempre dizendo: Boa noite Brasil, Boa noite Varzea-Alegre.

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  2. Morais,devemos sempre lembrar aos mais novos os filhos ilustres da nossa terra.O Joaquim Ferreira ainda continua sendo um orgulho dos varzealejgrense

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  3. Dr. Rolim.

    O fato é que Santo de casa não Faz Milagre. Joaquim Ferreira foi demitido da anplificadora do Otacilio porque tinha dicção ruim.

    Trabalhou quase 30 anos na maior empresa de comunicaçlão do Mundo: a BBC de Londres. E hoje se não é voce a postagem dele passava sem nenhum comentario. Veja que absurdo.

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