Não há poeta
- Claude Bloc -
Hoje não há poeta, creio,
então escrevo à toa
e no meu canto
fecho a gaveta simplesmente
e estanco.
Hoje o sereno prendeu-se nos rebites da noite
e foi tanto espanto, e foi tanta graça
que levantei as mãos para apanhar a lua
e num instante
recolhi as cores de minha saudade
estendi o manto da simplicidade
E tentei dormir.
E foi tanto espanto, e foi tanta graça
que levantei as mãos para apanhar a lua
e escrevi t/meu nome no meu travesseiro
Aos poucos
derramei a noite em minha vida
e lhe dei essa lua de presente.
Escrevi,sim, sem saber, metáforas
Fiz-me poeta
Inquieta e inculta
e deixei a lua branca e soberana solta no céu.
E naquele momento,
nesse mesmo instante
a noite escorreu por entre meus dedos...
e foi tanto espanto, e foi tanta graça
que levantei as mãos para apanhar a lua
e... nasceu o poema.
Claude Bloc
Prezada Claude.
ResponderExcluirParabens por mais esse poema.
Pois é, Claude, brincar de poesia é assim e as palavras não se gastam!
ResponderExcluirLindo poema.