Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 13 de fevereiro de 2016

Preservando a memória - Por Antonio Morais

Dedicado ao Dihelson Mendonça.

Tenho defendido e vivo a enaltecer os que se dedicam a fazer o registro de personalidades que de certa forma marcaram a historia de nossa cidade e de nossa gente. Esses zeladores da nossa memória merecem o nosso respeito e admiração porque o destino de tudo é a vala do esquecimento. Nos últimos dias, muito se tem falado do Crato de então. Recuamos ao passado e trazemos ao presente aquelas personalidades que de algum modo marcaram nossa historia. O Blog do Crato tem sido perfeito, generoso nessa atuação embora possa vir a ser chamado de saudosista.

Alguém tem facilidade de responder quem foi João Aires de Aquino? Sabemos ter sido um dos homens mais querido e conhecido no Crato. Sua atividade na administração de um Bar na rua José de Alencar, calçadão, o levou a fazer um grande ciclo de amigos. A presteza no atendimento fez com que “Dom João” aferisse grande numero de fregueses, amigos e admiradores. O conhecido “Dom João” era espirituoso e tinha um toque de humor em tudo que fazia. Um cratense dos bons, embora não gostasse de guardar segredos. Era um pouco falador e as vezes afobado.

Com as economias poupadas ao longo da vida comprou um carro. No primeiro passeio a Juazeiro do Norte, quando retornava na altura do Pau do Guarda, fez uma manobra arriscada e foi abalroado por um ônibus que circulava em sentido contrario. Acabou com o carro e saiu do acidente gravemente ferido. Quando começou a receber visitas, no hospital, Jose Landim foi um dos primeiros a solidarizar-se com o amigo. Depois de um bom papo, ao se retirar, o poeta deixou numa folha de papel, em cima da mesa da quartinha, um verso que causou aos dois um desentendimento motivo para intriga sem perdão.

Metrificou Landim:

Certa vez o João de Aquino,
Um solteirão bem traquino,
Que fala mal de todo mundo.
Numa abalroada de veículos,
Quebrou o par de testículos
E as quatro pregas do fundo.

3 comentários:

  1. Prezado Dihelson.

    Precisamos divulgar a obra do grande poeta Ze Landim.

    Abraço.

    ResponderExcluir
  2. Oh, Morais, mas que postagem bela. Vou levar agora mesmo para o Blog do Crato. Não é que sejamos saudosistas, é como você disse, temos que preservar a nossa memória.

    O Dr. Jose Flávio e o Carlos Rafael escreveram uns textos aí alguns anos atrás sobre por exemplo, CHAPEADO 90, sobre jogadores de futebol dos anos 60 e 70, gente que eu nem conheci. Ainda alcancei alguns, ainda peguei chapeados, mas isso não existe mais.

    Eu me lembro bem de quando os ônibus que vinham do lado de Farias Brito paravam ali naquela parada que existia na frente do Posto independência, o dia vinha nascendo e víamos o sol nascer por trás da silhueta do Hospital Regional Manuel de Abreu, que por sinal, parece hoje um cemitério. Será que aquilo ainda funciona ?

    Pois daquela parada de ônibus se via a ladeira de Joquinha, e do lado esquerdo de quem desce, ali era um depósito de carrocerias de caminhão...

    Mas isso não tem absolutamente nada a ver com a postagem, rs rs rs

    Morais, um grande abraço. precisamos recuperar muitas coisas daqui também. Várzea Alegre já está bem servida...

    Dihelson Mendonça

    ResponderExcluir
  3. E obrigado pela dedicatória. Um grande presente que recebo com carinho.

    ResponderExcluir