Diante da desenfreada crise que passa a Saúde Pública no Brasil, com perdas salariais aviltantes, forçando os médicos e os demais profissionais da área da saúde a aumentarem enormemente as suas jornadas de trabalho, a pedido do colega Rolim, dedico este pequeno poema ao Dr.João de Carvalho Pimpim Jr., falecido segunda-feira, vítima de acidente automobilístico, o qual trata do contato diário do médico com a estrada, num dueto revoltante de sobrevivência humana.
Negro asfalto,
De sentido e direção!
Branco hipocrático,
Sem direção, nem sentido!
Sistema Único. Isento
De Saúde e sentimentos,
Atropela, sem apelo,
O esculápio em ação.
Asfalto,
Arde!
Solta a tua cor
E o teu cheiro singular.
Éter,
Óleo diesel,
Desarmonia!
Delírio insalutar.
Enegrece as minhas vestes,
Embriagante mistura!
Enegrece a minha alma,
Sistema impuro!
Sávio,
ResponderExcluiresse triste dueto é uma pura realidade,os médicos passam mais tempo no asfalto do que nos próprios consultórios,cansados,explorados,consumidos pelo um sistema mau administrados pelos gestores públicos.
Sávio,
ResponderExcluirOntem de plantão no Hospital Regional de Iguatu,recebi várias crianças do municipio de Saboeiro,senti o quanto Dr João Júnior era querido na região dos Inhamuns.As mães choravam quando eu falava no nosso querido colega.Vamos orar pela sua familia para suportar tão grande dor.
Prezados Dr. Savio e Dr. Rolim.
ResponderExcluirSabemos da irresponsabilidade dos gestores publicos em todos os setores da vida. Especialmente nas areas - Educação e Saude. A principal vitima é a população que está adormecida, energisada, sofrendo, morrendo e pagando muito caro por tudo e não reage. Sofre e aplaude ao mesmo tempo. Assim não vai mudar nunca.
Doutores, desde 2005, tornei-me freqüentador assíduo do sistema público de saúde. Tratei-me de uma doença crônica(LMC),e continuo fazendo acompanhamento como vocês sabem bem.No início do tratamento fui acompanhado por uma médica(Doutora Dulce), e muito chamou-me atenção sua dedicação, pois a mesma chegava, mais cedo do que todos nós, separava prontuários, corria atrás dos exames, era uma dedicação só. Depois o hospital passou por reformas, tornou-se um "brinco", e aí foi repassado sua administração para uma fundação; veio a terceirização e o resto todos sabemos no que dar; e essa médica dedicada foi embora, depois dela, passaram já vários médicos,e quando chego, ao hospital, eu vejo os mesmos, trabalharem, num sistema de produção industrial, onde tudo é contabilizado, numa burocracia selvagem, inclusive, o médico e enfermeiros.
ResponderExcluirWashington,o tercerizado quer é lucro,não quer saber as condições de trabalho do profissional,exige economia no setor,partindo da remuneraçõao dos profissionais,aí sofre o médoco e o povo.Amigo,os recem-formados estão procurando se especializarem em imagens,dermatologia,estética e cirurgia plástica,fugindo desse sistema.Hoje pra você encontrar um médico pra dar plantão em uma Emegência em hospital é difícil de encontrar,pelas condições de trabalho que lhe são ofericidos.O problema é sério.Abraços.
ResponderExcluir