Estava fazendo um grande verão, a lavoura já secando, mas, todas as noites avistavam um relampinho bem longe no rumo do nascente. Amanhecia o dia e chuva nada. O Chico Biloto, aproveitando a viagem que um vizinho seu teve que fazer ao Aracati, a fim de comprar cereais, em costas de burros, disse para a mulher: Rosara, eu vou "pu Aracati tombem", quero vê onde diabo é aquele relampo todo dia!
Chegou no Aracati, sempre avistando o relampinho em frente. Deixou os companheiros e foi até a beira da praia, e de lá avistou o mesmo relampinho bem longe, no alto mar. Danadinho de raiva voltou. Quando chegou em casa a mulher perguntou: “adonde é o relampinho, Chico? E ele ainda com muita raiva, respondeu: “no infermo...” A mulher que era muito católica, começou a se benzer, dizendo: “Ave Maria, Ave Maria, Ave Maria...”
Um relampinho era a esperança de Chico Biloto, bem como de todos os roceiros nordestinos.
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