476 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.

Raimundo Batista de Menezes.

Na década de 80 do século passado, Raimundo Menezes estava com todos os filhos estudando em Fortaleza. Um dia, por volta das 22 horas, um amigo comunicou que estava de viagem aquela cidade no outro dia cedinho, e, se fosse de seu interesse levaria algumas encomendas para os meninos.

Raimundo Menezes havia plantado um lastro de feijão e milho com a única finalidade de consumi a produção verde. Estava no ponto. O roçado ficava próximo a casa de um seu morador, o conhecido Leandro Dantas.

Dado o adiantado da hora em que tomou conhecimento da viagem do amigo, e, a falta de comunicação a época Raimundo Menezes não pode mandar alguém providenciar a colheita do milho verde para mandar para os meninos.

Foi ele mesmo. Saiu madrugadinha de sua residência a Rua Duque de Caxias, chegando a roça num escuro de meter dedo no olho. O Galo Campina ensaiava os seus primeiros acordes. Seguiu a leria de milho quebrando as maiores espigas.

Com a zoada do estalo do quebramento do milho Dona Francisco, esposa de Leandro Dantas acordou, se levantou, acendeu a lamparina, abriu a porta da cozinha e gritou: Ei ladrão sem futuro, largue de roubar o milho de Seu Raimundo Menezes se não eu vou dizer pra ele.

"Pruvia das duvidas, Raimundo Menezes ficou calado, nem mode coisa, ficou esperando prumode ver até onde a comadre Francisca ia com o seu grungunsado".