Os caçadores profissionais não gostam de levar para suas caçadas outras pessoas, porque as vezes atrapalham. Caçada e pescaria são cheias de ciências, mistérios e precisam que os caras tenham muita experiência.
Certa vez, Titico de João de Pedrinho e Bilé de Manoel estavam combinando uma caçada na presença de meu pai, Antônio Leandro. Meu pai escutou o plano e se ofereceu para ir também. Tudo bem, os dois concordaram, mas na hora de partirem deram uma pá, um enxadeco e uma lamparina para meu pai levar. Quando chegaram no pé da Boágua, eis que papai escorregou e derrubou as ferramentas e apagou a lamparina. Os meninos que iam na frente, voltaram para prestar socorro. Ajudaram-no a se levantar e pediram que ele averiguasse se não tinha perdido alguma coisa, algum apetrecho de um bornal, fumo, etc. Estava tudo ok.
Antônio, podemos seguir tranquilos? Bilé perguntou. Podemos, respondeu papai. Quando chegaram no Riacho Grande, uma légua depois e já pela madrugada, a única caça que os cachorros pegaram foi só um filhote de peba. Aí eles pararam para descansar e fizeram um fogo para fazerem uma merenda.
Bilé brincava com o pebinha botando o bichinho de pernas prá cima, para ele não conseguir se virar. Até que uma vez o bicho se assungou, virou de vez e se mandou na mata. Foi quando o meu pai que olhava a brincadeira, saiu com esta: Ah, já tivemos um prejuízo na caçada: Titico rebateu: mas Antõe, um pebinha desse não vale nada. Então, António Leandro explicou: Mas eu não tô falando do peba, eu tô falando é que só agora eu tô percebendo que naquela queda eu perdi meus chinelos.
Muito boa Geovane.
ResponderExcluirAntonio Leandro viajou uma legua manqueijando sem notar que havia perdido os chinelos. Na verdade Antonio era bem esquecido.
kkkkkkk
ResponderExcluirPois é Morais, passando por cima de pedra, espinho, etc sem nada perceber. Depois tem mais. Obrigado pela postagem.
Sempre agrada as histórias de Antonio Leandro, o seu lado de humor passou para os filhos. No avanço da educação na década de 60 tiveram que sair do grupo e foram morar na nossa casa no Sanhoral e eu fui por muito tempo hóspede e verdadeiro amigo e companheiro de todos eles. Portanto, quero expressar-me de público a gratidão que tenho a Carmelita e família por ter me acolhido e aceitado no período, pois eu era danado e bagunçava muito.
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