MOTE
Quando sugeri o mote
Eu o fiz por simpatia,
Pois lançava a melodia
Da saudade, em tom de xote.
Você, que deu o pinote
Achando sê-lo do mal.
A sua prisão é legal
Como é a minha, aqui,
FICASTE PRESO EM JATI
E EU, AQUI, NESTE HOSPITAL.
A prisão que me refiro
É o sofrer do coração
Machucado de emoção
Sob o manto de um retiro.
Porém, sei e, até, prefiro
Vê-lo um profissional,
Pois nas páginas de um jornal
Não seria bom pra ti
FICASTE PRESO EM JATI
E EU, AQUI, NESTE HOSPITAL.
Não existe contradição
No mote que eu te enviei,
Já que a prisão, que falei
Não algema o cidadão.
Eu mantenho a retidão
E a reputação moral.
Todavia, é ilegal
A interpretação daí,
FICASTE PRESO EM JATI
E EU, AQUI, NESTE HOSPITAL.
Encerrando esta peleja
Eu confesso os meus intentos:
O sofrer de dois detentos,
Onde tanta dor, lateja.
Eu quero que o leitor veja
A nossa prisão real,
Que pra muitos é normal,
Mas tem sofrimento ali,
FICASTE PRESO EM JATI
E EU, AQUI, NESTE HOSPITAL.
Fim.
"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".
Dom Helder Câmara
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Parabens aos poetas.
ResponderExcluirQue Deus lhes prenda por muitos anos entre a humanidade para deleitá-la com suas preciosas poesias.
Abraços.
Não venha você dizer
ResponderExcluirQue estou saindo do trilho,
Pois esse seu trocadilho
Agora vou inverter
Pra todo mundo saber
A pura realidade,
Eu estou nessa cidade
Cumprindo minha missão.
TOU CONSTRUINDO A PRISÃO
MAS ESTOU EM LIBERDADE.
A cadeia do futuro
Está quase concluída.
A obra vem sendo erguida
Como mamão no monturo.
Mas eu acho sem futuro
Expor minha vaidade,
Sabendo que uma grade
Vai isolar um irmão.
TOU CONSTRUINDO A PRISÃO
MAS ESTOU EM LIBERDADE.
Eu tenho uma esperança
Que o governo federal,
Ainda cai na real
E adota uma mudança,
Para educar a criança
Até a maioridade,
É essa a realidade
Para formar cidadão.
TOU CONSTRUINDO A PRISÃO
MAS ESTOU EM LIBERDADE.
Abraço.
Mundim.
Maravilhoso! amei queridos poetas: meu Deus! que emoção, quanta sensibilidade neste mote; Mundim, meu poeta maior, Dr. Sávio é movido pela mesma atmosfera de saudade, carinho e amor pelo mesmo torrão, que você. Parabéns aos dois. Abraço fraterno. Fatima.
ResponderExcluirDr. Sávio e Mundim, que vocês permaneçam em liberdade por muitos anos, embora presos nos laços da saudade, transferindo pro papel estes versos para o nosso deleite.
ResponderExcluirO Dr. Flávio de Socorro de Luís de Mestre Silvino, não foi muito generoso com Raimundim de Iraci de Pedro de Joaquim Piau da Vazante.
ResponderExcluirMas é isso mesmo:
DURALEX SEDILEX.
Eu não sei se escreví o termo jurídico certo, mas eu garanto que o Dr. Flávio Costa cavalcante vai traduzir pra vocês com toda certeza e ainda vai corrigir os meus erros.
Abraços lá de nós.
Mundim do Vale.
Gente, depois desse desafio entre esses dois grandes poetas: Sávio e Mundim, vocês acham que se deve votar em desafios(fotos)? Que nada! Continuo votando neles. Vai meu voto para os dois.
ResponderExcluirLeitores,
ResponderExcluirConcordo com o Dr. Flávio Cavalcante, quando diz que não vai entrar no mérito da questão para libertar Mundin do Vale, pois ele é como o pássaro patativa. "Foi preso para cantar!"
Eis o poema do saudoso Patativa do Assaré:
Patativa descontente,
Nessa gaiola cativa,
Embora bem diferente,
Eu também sou patativa.
Linda avezinha pequena,
Temos o mesmo desgosto,
Sofremos a mesma pena,
Embora em sentido oposto.
Meu sofrer e teu penar
Clamam a divina lei.
Tu, presa para cantar,
Eu, preso porque cantei.