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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 18 de julho de 2011

Trovoadas sem chuvas - Jose Roberto Guzzo.

Uma das principais dificuldades do governo Dilma Rousseff, pelo que foi possível perceber nestes primeiros seis meses, é que a presidente da República vive brava.

Diante de todo e qualquer problema que aparece, o noticiário diz sempre a mesma coisa: Dilma ficou brava, ou muito brava. Está irritada. Ou está impaciente. Ou não gostou. Ou passou uma descompostura geral à sua volta.

Ou deixou de castigo os doutores fulano, beltrano e sicrano, e por aí se vai. E quanto ao problema real que causou esse mau humor todo - ficou bem resolvido? Não vai acontecer de novo? Alguma coisa melhorou? Nada disso; fica tudo igual e, às vezes, pior.

A presidente acha que está, com os seus pitos, corrigindo os erros cometidos e mostrando que tem braço firme para governar. Na prática, o que está fazendo é outra coisa. Está confundindo cara feia com autoridade; é o governo através da bronca.

Talvez seja bom para a máquina de propaganda do Palácio do Planalto, que pode vender a imagem de uma presidente capaz de botar na linha qualquer peixe graúdo que lhe apareça pela frente, que age rápido e não tolera serviço mal feito.

Mas na prática, até agora, a qualidade de seu governo não melhorou nada com isso, pois Dilma não muda, e talvez nem possa mudar aquilo que realmente está criando os problemas.

É trovoada que vai embora e não traz um pingo de chuva.

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