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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Historias de varzealegrenses - Por Antonio Morais

Raimundo Rosa Pinho.

Raimundo Rosa do sitio Cachoeira, num daqueles anos difíceis de chuva e ruins de safra, fez promessa com São Raimundo em que se houvesse uma safrinha, mesmo que sofrível, acompanharia a procissão de Agosto junto com o seu melhor amigo - "com os sapatos cheios de caroços de feijão".

Não foi fácil encontrar um amigo que aceitasse ser o melhor. Depois de muita procura Joaquim Luiz do Barreiro aceitou o desafio. Vieram a cidade, puseram os calçados e saíram bem atraz do padroeiro ao som dos dobrados executados pela banda de musica.

Quando passavam pelo beco de Zé Bitu, Joaquim Luiz reclamou: Compadre Raimundo Rosa, eu não aguento mais, meus pés já estão pipocando, cheios de bolhas. Arrancou os sapatos dos pés e os caroços de feijão saíram bolando calçamento abaixo na direção da Betânia.

Vendo aquele sacrifício todo do amigo - Raimundo Rosa perguntou: Compadre Joaquim Luiz você botou foi feijão cru?

Um comentário:

  1. Muito boa a observação do colega, mas na terra do arroz só existe artista. Coitado do sofrimento e da angústia do nobre conterrâneo, que por força de sua fé ao Santo Padroeiro honrou com o seu compromisso religioso. Esse com certeza deve ser parente de Frazo do Garrote o que se refere à sabedoria.

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