Num espaço infinito entre o céu e o chão o sol passeia, preguiçosamente derramando sua luz. Nem dá pra entender direito quando esse mesmo sol, com a mesma preguiça, prefere esconder-se não se sabe aonde. Depois de uma noite toda de descanso, continuar descansando? A praia sente sua falta. Eu, nem tanto. Com ele escondido a gente pode dormir um pouco mais, talvez até sonhar além do já sonhado. E, se os sonhos forem bons, menos falta ainda fará o sol a nos tirar da cama num domingo de Dezembro ou de qualquer outro mês. Começo a imaginar que os atrasos do sol podem se dever ao percurso do Japão pra cá, caminho possivelmente engarrafado por luas e estrelas que fazem o mesmo trajeto, em sentido inverso, pela mão única do firmamento, pela estrada poética dos sonhadores. E, ao que me consta, sem qualquer guarda de trânsito. Aliás, ainda bem que sem qualquer guarda de trânsito.
"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".
Dom Helder Câmara
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"E, ao que me consta, sem qualquer guarda de trânsito. Aliás, ainda bem que sem qualquer guarda de trânsito".
ResponderExcluirParabens Xico.
EU SOU MAIS UM DOS AMANTES DA NATUREZA E SEUS SHOWS E O AMANHECER DE CADA DIA POETA XICO É UM ESPETACULO DE APRESENTAÇÃO ÚNICA. QUE EU PERDI COM CERTEZA A GRANDE MAIORIA DELES. POR ESSA MESMA CAUSA UNS MINUTINHOS A MAIS...
ResponderExcluirXico,
ResponderExcluirAssim como na natureza, assisto, diariamente, esses crepúsculos celestes, no interior dos hospitais. Um sol nascendo ali, outro morrendo aqui. E entre um silvo longo e um silvo breve, sofro na rigidez do meu apito.
Um abraço à vida!