Por mais que os meus olhos os teus olhem,
Tu não olhas meus olhos que te olham;
Inda que pelos teus meus olhos molhem,
Eu sei que pelos meus olhos não molham.
E olhando os meus, teus olhos se recolhem
Sem que sua beleza os meus recolham
E, se entre tantos os teus os meus escolhem
Porque deixas teus olhos que os meus tolham.
E, neste esquisito esconde-esconde,
Que a minha esperança não responde
Me vem um desencanto tão medonho
Ai m'ia frustração se manifesta
E o único lenitivo que me resta
É, se, ás vezes, com teus olhos sonho.
"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".
Dom Helder Câmara
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Mais um belo soneto.
ResponderExcluirO autor faz um trocadilho de palavras espetacular e torna o soneto em um belo trabalho.
O TROCADILHO TAMBÉM TORNA-O MAIS DIFICIL E VALOROZSO.
ResponderExcluir