Recomendo a leitura:
Era esse o nome do amigo.
Um amigo que atendia pelo nome, ou pelo assobio dado pelo menino. De longe, vinha trotando rápido, ao ouvir o chamado .
Talvez fosse o único amigo que ele tinha, amizade esta que não se preocupava com o tempo que corria depressa, ou com palavras, um sabia o que o outro sentia.
O menino não se sentia seu dono, apenas partilhavam suas alegrias e tristezas juntinhos. Como se nada e nem ninguém jamais pudesse separá-los.
Mas, chegou um dia...Um triste dia...
E, deste dia, o menino jamais se esqueceu...
Em todo o resto de sua vida.
Seu pai vendera seu cavalinho! Bem -Feito tinha que ir embora!
O novo dono já estava esperando pela entrega de tão valiosa compra. Para ele,algum dinheiro saído do bolso, ou quem sabe, alguma dívida cobrada. Para o menino, a despedida do amigo inseparável.
Não adiantava esbravejar, gritar, e nem ao menos questionar! O cavalo era seu, e nem ao menos foi consultado, ou avisado...
Nem um olhar de súplica adiantava.Afinal, menino tinha lá direito de dar palpite em alguma coisa?Lá se foi o amiguinho...
E o menino ficou....Chorando na cerca de arame, escondido, porque, onde já se viu homem chorar por besteira?
Mas o amigo voltou muitas e muitas vezes para visitá-lo. Não importava a distância e não havia cerca nenhuma que o segurasse. O bichinho escapava de onde quer que fosse e corria para seu dono como se pudesse ficar. Eles matavam a saudade um do outro, mas era por pouco tempo, até acharem por sua falta e virem buscá-lo de novo.
E assim foi.Até que, um dia, alguém levou seu amigo para mais longe, ou resolveram prendê-lo muito, muito melhor,até que não teve forças mais para voltar.
E o menino?
Continuou sua caminhada pela vida afora.Sem esquecer jamais o valor enorme que há em uma amizade verdadeira.
Quando estava um pouco triste, fechava os olhos e chamava bem baixinho:Bem- Feito!
Bem -Feito!
E imaginava o cavalinho chegando, feliz e ofegante, vindo a seu encontro.
Homenagem a Antônio Vicente Alves de Morais
Parabens Loudes.
ResponderExcluirO seu texto é de uma leitura prazerosa. O leitor vai lendo e a sedução literária lhe atrai. Uma historia muito bonita.
Quantas vezes Bem-Feito levou o seu saudoso dono as casas das namoradas? As festas, as missas e novenas? Etc.
A sua homenagem é justa e merecida e agora corre o mundo. Basta que perguntemos ao Google por Bem feito e vai aparecer no Blog do Sanaharol - Bem Feito por Loudes Morais Cesar e a homenagem In Memoria de seu saudoso e estimado Antonio Vicente Alves de Morais.
Bom dia.
Antonio Morais
Olá, amigos. Realmente minha irmã escreve bem - consegue elaborar uma poesia em prosa. Parabéns ao blog, que me enviou, há algum tempo, informações sobre nossos antepassados.
ResponderExcluirAdemir de Morais
... AÍ eu disse:
ResponderExcluirUm belo conto. Tem tudo a ver com a realidade.
Somente quem possui ou possuiu um verdadeiro amigo, sabe o valor de uma grande amizade. E se o amigo tiver sido um animal na infância, a dor da separação parece bem maior.
Falo assim por que vivi uma grande amizade com um cão na minha infância. Seu nome era Piloto, era amarelo com uma gola branca.
Era um cão gigante como um pastor, ficou bem maior que eu. Recebi de presente aos três anos e ele tinha cerca de um mês de nascido.
Durante minha infância, brincamos muito pelos verdes campos da minha terra. Ele me entendia e fazia tudo que queria. Acompanhava-me até a escola e ficava me esperando. Era uma escolinha de sítio.
Aos doze anos meu pai veio com todo jeito me dizer que ele havia morrido. Meus irmãos se acercaram de mim para me consolar.
Você conseguiria se conformar imediatamente e se controlar? Eu também não consegui!
Ainda hoje, no ocaso da minha existência, posso seguramente fechar os olhos e ver Piloto a minha frente abanando alegremente a sua cauda como a me convidar para mais um passeio.
E foi assim. O português que uso não é suficiente para explicar nossa amizade.
Que lindo... Singelo, suave e consegue nos remeter a uma porção de imagens e emoções de nossa infância também. Assim como o menino, um dia amamos um bichinho e como no poema de Manuel Bandeira, Porquinho-da-índia, esse animalzinho pode ter sido nossa primeira namorada. Parabéns Lurdinha, e obrigada por me recomendar a leitura.
ResponderExcluirMinha mãe escreve bem, né?????
ResponderExcluirParabéns! Lourdes.
ResponderExcluirContinue assim.