Alpendrada do Sanharol 1995: Da esquerda para direita: Semblante e braço da Dra Ana Micaely, Dona Tonha, Ernesto, José André, Mundinha e Auxiliadora na janela e a Lais de costas. |
Meninos do Sanharol.
Década de 60, meados da década de 70 do seculo passado dois produtos eram de difícil aquisição pelo sertanejo: Café e açúcar.
Ao café misturava-se sementes de manjerioba, arroz e milho para aumentar o rendimento e, o açúcar geralmente substituia-se por rapadura.
Na casa do Sanharol não tinha no mundo quem conseguisse esconder a lata do açúcar dos meninos, uma penca de nove ao todo.
Um dia o meu pai falou para mamãe: Tonha você não acha que o consumo de açúcar está exagerado não? José! Eu também acho, respondeu-lhe, acontece que não tem no mundo quem consiga esconder a lata do açúcar desses meninos. Eles têm faro igual formiga por coisa doce.
Então, do alto de sua sabedoria, meu pai apanhou as duas latas, a do cafe e a do açúcar e misturou na proporção exata de levar a chaleira.
Desse dia em diante a lata ficava exposta, em cima da mesa, do fogão, da cristaleira, os "bichim" ficaram com o bico doce. Isso é que foi uma solução inteligente e sabia.
O fato é que as merendas eram poucas e os meninos muitos. Um dia mamãe entregou a tapioca de cada um e o André perguntou: mamãe passaram nata nessa tapióca? Ela respondeu, na sua santa humildade, passei meu filho, você não queria? Ele respondeu: eu quero saber é quem tirou?
Se você nunca comeu uma colherada de açucar escondido não sabe o que perdeu. Pra todo problema da vida o meu pai encontrava uma solução igual a do açúcar.
Esta postagem é um reconhecimento de gratidão ao grande sacrificio dos meus pais que em épocas difíceis não mediram esforços para encaminharmos para uma vida bem melhor do que a que eles tiveram.
ResponderExcluirIsto nos deu a grande chance de oferecer oportunidades bem maiores aos nossos filhos que certamente encaminharão os seus por caminhos mais faceis ainda.
È isso. A vida é uma evolução feita de oportunidades. Não devemos e não podemos esquecer as escadas que foram colocadas em nossa frente. Muito menos quem as colocou.
Outro dia estive em Fortaleza e me encontrei com um ex-colega de Ginasio.
ResponderExcluirAo vê-lo, revivi por um instante, todo aquele passado de dificuldades enfrentado por mim e por ele.
Então perguntei: voce lembra? E citei um episodio daquela epoca! Ele, de cima da sua posição social e financeira que graças a Deus vive hoje, respondeu: E tu ainda lembra daquilo?
Minha decepção foi tamanha que me retirei do local. Não por mim, mas pelos pais dele. Ali ele estava negando as oportunidades, o esforço que os pais dele fizeram para que hoje ele se ache a cocada da vez.
Vaidade, orgulho, prepotencia tem o mesmo fim: Aqui Jaz!
A humildade triunfa.
Belissima homenagem aos seus genitores.
ResponderExcluirMuito boa homenagem, não podemos esquecer as dificuldades da vidas, pois nelas é que encontraremos forças pra tentar uma vida melhor pra nós e pro nossos filhos tambem.
ResponderExcluirPrimo Morais que belíssima recordação pura verdade vivida e comprovada para o período. Não existia diferença entre os moradores, na nossa casa existiam os mesmos problemas, mas a coragem, a humildade dos nossos pais superou as expectativas, pois procuram com toda dificuldade investir nos filhos os demais prazerosos com visão de futuro, a educação.
ResponderExcluirNo natal do ano de 2005, deu certo reunir toda família de Cotinha e Raimundo Bitu no local de origem, nossa casa no sítio Sanharol. Meu pai acobertado de alegria disse-me: meu filho!!!!!!!!!!!, Quanta satisfação!!!!!!!!!!, Quando eu me lembro do único transporte existe na casa um jumento peidão e coiceiro e hoje vejo a frete de minha casa enfeitada com tatos carros, fico lisonjeada e agradeço muito a Deus por ter me dado força juntamente com sua mãe de nos encorajarmos para investir em vocês no demais importantes, a educação.
Assim fez o saudoso José André com seus filhos e outros que passaram pelas mesmas dificuldades financeiras, mas acreditaram no sucesso e no futuro com o investimento da educação. Parabéns primo morais por ter a coragem e a humildade e resgatar esses fatos históricos, que muito nos orgulha e traz recordações.
quieMuito bom Morais. Eu também fiz muito isso. kkkkkkkk Não só na casa dos meus pais como também na casa dos meus avós, onde geralmente fazíamos em grupo e se alguém percebia a correria era grande. Abraços!
ResponderExcluirMorais, se eu não tiver nem que seja a milionésima parte de uma gotinha de seu nobre sangue, nas minhas veias;irei mandar fazer uma trasfusão.A profunda gratidão que demostra ter pelo seus Pais e familiares, é de fato comovente; acredite, essa é uma das razões por que te admiro e quero tanto bem.
ResponderExcluirDificuldades: quem de nós Varzealegrenses, não passou? quantos vezes merendei açucar com farinha, por não ter pão; era difícil, mais nunca faltou pro lápis, pro caderno, a comida, a pouca roupa; mais o carinho,respeito, amor, dignidade; e todas as outras riquezas que a traça não come, nos foi dispensadas.
mais quem merece os parabéns, por tudo isso são nossos Pais; por essa razão, expresso aqui meus respeitos, gratidão e admiração por seus pais, meus pais e todos os outros que lutaram para dar um futuro melhor pra seus familiares. Inclusive, os pais daquele seu amigo; que por favor não site nunca seu nome aqui nesse blog que vocês fazem com tanto carinho. Abraço cheinho de gratidão, para todos os Pais. Fatima Bezerra.
... AÍ eu disse:
ResponderExcluirCompadre:
Primeiro: tem alguém invisível na foto, pois não foi mencionado.
Segundo: Gostei do causo do açucar e confirmo: Seu Zé André tinha realmente solução e resposta para tudo.
Tenho muitas saudades dele, mas se eu quizer revê-lo é só pensar nele e vejo-o direitinho como nos velhos tempos, sem recorrer a nenhuma foto. E olhe que sou portador de prosopagnósia.
A passagem dele em miha vida, deixou uma indelével marca de satisfação, tão praseirosa que o meu registro mental da sua imagem não se apaga. Esta é a herança que ele me deixou.
Terceiro: Quem comeu a nata da tapioca do André? Pois se alguém comeu a tapioca ficou lambida. Foi tu?
27 de janeiro de 2012 12:56
É,Morais:histórias assim ficam gravadas na mente e nunca sai,quem diz não lembrar é porque quer esconder algo só que sabemos de todas as dificuldades que passamos,que bom, hoje com todas as facilidades mas ainda tem gente querendo tirar o pouco de açucar que temos.
ResponderExcluirVicente,
ResponderExcluirobrigada pela maneira carinhosa que vc fala do nosso Velho Pai.
ele tambem te admirava muito e queria muito Bem.
Quanto a nata da tapioca de Andre,ninguém pegou é que era pouca mesmo.
grande abraço em Valdenia
saudades!!!!!!!!
Lembrar de vovô é encher nossos corações de muitas saudades.
ResponderExcluir... AÍ eu disse:
ResponderExcluirBebel:
Você não faz idéia da grande amizade que tenho ao Seu Zé André.
Por tanto, quando falo sobre ele, falo com a boco e o coração cheios de carinho, e de onde ele estever, saberá que estou falando a verdade.
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Estou devendo a postagem sobre sua visita aqui na Vila Encantada.
Peço desculpas mas, o início de Janeiro é sempre muito dificil para mim. Tenho muito trabalho e obrigações a cumprir, e assim me afasto de tudo para dar atenção aos meus negócios. Mas já estou finalizando e breve retornarei ao Blog.
O Morais te falou de um relógio que foi encontrado no dia seguinte, a beira das piscina, e pode ser de um dos teus filhos?
Abraço carinhoso a todos dai
Vicente Almeida
Compadre Vicente.
ResponderExcluirA falha foi minha. O relogio é do Luiz Gustavo. Ela me disse no outro dia. Eu é que esqueci de te avisar.
Grande abraço.