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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 25 de março de 2012

O Beato José Lourenço e o boi mansinho VI - Por José Normando Rodrigues

Chegou um trem de samango
Com armamento pesado
Três aviões de guerra
Até com bombas armados
Foi grande a carnificina
Morreu mulher e menino
Até quem era aleijado

Quem escapou da explosão
Foi por terra perseguido
Furado de baioneta
Só se ouvia o gemido
Mais de mil é chacinado
Com gasolina queimado
Para não deixar vestígio.

Severino e seu comando
Furou o cerco de dia
Pro sitio Pau de Colher
No interior da Bahia
Juntou-se ao Beato Quinzeiro
Lutou defendendo os romeiros
Morreu com todos que havia

O Beato Zé Lourenço
Rezou uma oração
Que iludiu o inimigo
Fugiu pro sitio União
Levando quem escapou
Em Pernambuco fundou
Outra bendita missão.


E quem não pode escapar
Foi passado na espada
Muita gente teve o couro
da cara a faca esfolado
Só num monte de esqueleto
Dezenove bebês de peito
foram depois contados

Morria com crueldade
Quem de luto era encontrado
Pois os romeiros vestiam
De preto em luto fechado
Desde a morte do padim
E quem fosse visto assim
O pescoço era cortado

Amanha a parte final.

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