Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 16 de março de 2024

O Bom humor de Raimundo Bitu - Por Antonio Morais


Foto - Raimundo Bitu.

No Sanharol todos conheceram a família de Raimundo Félix, o conhecido Mute Félix. Agricultor, aplicador de injeção e barbeiro amigo e bom, filho de Vicente Félix e Isabel de seu Zezinho. Casado com Mariquinha filha de Antônio Vilante da Serra do Kinkunkar. Tiveram quatro filhos, duas mulheres Antonieta e Liduina e, dois homens Basílio e Benedito. 

Liduina era esquisita, muito encabulada e, carregava um trauma: Não namorava com medo de casar e ter filhos. Segundo contam, por informações de terceiros, ela tinha pavor da dor do parto, a dor de ter menino. Por essa razão nunca namorou ninguém.

Um dia ela teve uma queda de asa por um rapaz, mas antes de aceitar a proposta de namoro procurou se informar  direitinho  a respeito de suas  duvidas e medos. Então, resolveu ir a casa de Raimundo Bitu tomar as informações que precisava com sua madrinha. Cotinha não se encontrava em casa. Como estava decidida e tinha muita pressa resolveu perguntar a Raimundo Bitu. Veja só o dialogo entre os dois:

Liduina: Padim, eu vi fazer uma "pregunta" a minha madrinha Cotinha ela não está eu posso "preguntar"  a padim?

Raimundo Bitu: Pode, se eu souber lhe respondo.

Liduina: É que eu tenho um medo danado de me casar, porque dizem que a dor pra ter menino é grande demais, padim sabe dizer se é verdade?

Raimundo Bitu: Essa informação eu não sei lhe dar, é obvio que não sei.

Liduina: Mas Padim num faz nem uma ideia?

Raimundo Bitu: Ideia eu faço, eu acho que ter um menino é mais ou menos como "cagar um tijolo de adobro".

Liduina botou as duas mãos na cabeça, pensou um pouco e partiu pra casa dizendo: Égua, o diabo é quem quer.

3 comentários:

  1. Se o tijolo que Padim falava era o da construção da igreja do São Caetano dava pra correr com medo, sair de perto.

    ResponderExcluir
  2. Falar do meu pai é motivo de muita emoção. Pessoa simples e acima de tudo um cidadão de bom coração. Ele nunca se enganchou em responder perguntas, sempre vinha à resposta na hora acompanhada de um bom humor. Mute Felix foi exemplo de bom pai, bom marido, bom amigo e um cervo de Deus. Todo o domingo sempre trajado de branco dirigia-se a igreja para assistir a missa e fazer suas orações.
    A resposta atribuída à pergunta na sua concepção de não poder provar foi justa em função de sua imaginação, pois ficaria difícil ele comprovar pelo fato de nunca ter sentido a dor do parto e tão pouco de defecar um tijolo de adobe. Meu pai além de um cidadão do bem foi um super paizão, quanta saudade eu sinto daqueles que foram à viga mestre de nossa família. Não vou mais me alongar, pois encontro-me travado de emoções.

    ResponderExcluir
  3. MOrais,
    Por falar em Mute, quando puder conte a estória do amendoim que teu pai plantou e Basílio...bom você deve saber.

    ResponderExcluir