Depois que o eleitor votar
Foi rompida a lealdade,
Ele sai pela cidade
Sem saber onde ficar.
O caminhão pra voltar
Tá com um pneu furado
E o fusca tá inguiçado
Com um defeito no motor.
O ELEITOR PERDE O VALOR
QUANDO O VOTO É DIGITADO.
Na casa onde almoçou
Um baião de dois com queijo,
Não tem mais, nem o sobejo
Nem o pegado ficou.
Do almoço o que sobrou
Não dar nem para um guisado
E na barriga um roncado
Que mais parece um trator.
O ELEITOR PERDE O VALOR
QUANDO O VOTE É DIGITADO.
O assunto vira fofoca
De gozação e piada,
No boteco de Chapada
Perguna toda a maloca:
- Porque não votou no Toca
Matuto desnaturado?
- Quem já viu um abestado
Se misturar com doutor?
O ELEITOR PERDE O VALOR
QUANDO O VOTE É DIGITADO.
Ele perdeu-se no traço
Porque não votou direito,
Esse povo é dese jeito
Só age com embaraço.
Quando eles dão um abraço
É com o dedo levantado,
Olhando para outro lado
Pra não sentir o odor.
O ELEITOR PERDE O VALOR
QUANDO O VOTO É DIGITADO.
A falta da condução
Foi somente pra voltar,
Mas quando foi pra chegar
Teve fusca e caminhão.
O eleitor foi à seção
Muito bem alimentado,
Mas depois de ter votado
Cadê o vereador?
O ELEITO PERDE O VALOR
QUANDO O VOTO É DIGITADO.
No momento da chegada
Tem grande recepção,
Vai conduzido à seção
Pelos braços da moçada.
Recbe um abraço de cada
E vau cumprir o tratado,
Quando volta é rejeitado
Por ser somente eleitor.
O ELEITOR PERDE O VALOR
QUANDO O VOTO É DIGITADO.
Não me levem ao tribunal
Porque na justiça, eu nego,
Mas acho que aquele prego
Foi mesmo intencional.
Esses Fulano de Tal
Trata seu eleitorado,
Como um jumento acoado
Na serra do Mirador.
O ELEITOR PERDE O VALOR
QUANDO O VOTE É DIGITADO.
Mundim do Vale.
Dedicado aos poetas: Sávio Pinheiro, Cláudio Sousa e Joaquim Bezerra.
Grande Mundim do Vale.
ResponderExcluirParabens.
É bem assim mesmo. O eleitor é o único responsavel por tudo que aí está.