Meu sertão tem sabiá
Cantado na laranjeira
O galo campina canta
Na folha da bananeira
Tico-tico saltitando
No velho mourão de porteira
Lagaticha balança a cabeça
Em cima de uma pedreira
Um canário canta forte
Na jurema do norte
E um bem-ti-vi numa palmeira
Um papagaio numa estaca
Sempre beliscando um milho
Só uma coisa aprendeu
Foi chamar vem cá meu filho
E num monte de madeira
Um preá marcou seu trilho
Isto é o meu sertão
nunca fuji do estilo
O pássaro aqui é deferente
Só na gaiola ele canta
Vem comer na sua mão
Olha no olho e não se espanta
O preá daqui é rato
O dia fica dormindo
Só a noite ele levanta
O xexéu também existe
Ensaia o seu canto triste
E quase a ninguém encanta
Coisas que a distância
Traz até você em pensamento
Vivo aqui este momento
Como se estivesse lá
Nas quebradas do Ceará
A trotear no jumento.
Parabens Luiz Lisboa por mais um poema.
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