Tempo que ficou pra trás
Vida que não quero mais
Comia até feijão com gás
Pois faltava opção
Vivia só de proeza
Tudo faltava na mesa
Nunca via a calabresa
Sabia o que é isso não
Comia frutos de Croatá
O bendito trapiá
O frutinho do juá
É que faltava feijão
E crescendo de pouquim
Um moleque tão maguim
Fui levando a vida assim
Pensei: vô nessa não
E logo eu criei asas
Fui embora de casa
Aqui eu pisei em brasa
Não tinha pai nem patrão
Para ganhar um trocado
Sofria um bom bocado
Vivia mais enrolado
Que imboá no sertão
Arrumei um bom trabalho
Na rua vendia alho
Dava pra quebrar um galho
Mas doía o coração
Sofria como ninguém
Tinha que pegar o trem
Ficava numa viagem
Fazendo baldeação
Aumentava o itinerário
Sempre perdia o horário
O coitado do operário
Grana só pra uma condução
Consegui um bom emprego
Grana, paz e sossego
Então agora meu nego
Posso fazer um carnaval
Nem tirei o pé da lama
De ferias e um pouco de grana
Dando uma de bacana
Voltei à terra natal
Um mundo de alegria
Festa era todo dia
Tanta grana que se ia
Mas tudo tava legal
Encontrei Rita Baiana
Gastei toda a minha grana
Assim eu perdi a fama
Já não era mais o tal
Gastei todo o meu dinheiro
E cai num desespero
Já não era mais o primeiro
Vendi meu relógio e tchau.
Prezado Primo Luiz Lisboa.
ResponderExcluirParabens.
Voce está se revelando um grande poeta.
Continue.
Abraços.
Grande poeta Lisboa. Seu verso tem a cara do sertão.
ResponderExcluirO LUIZ CONTOU EM SEUS VERSOS A SAGA DE MUITOS. PARABÉNS POETA
ResponderExcluirParabéns! gostei muito!
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