(excertos de artigo publicado n’O Estado de S.Paulo)
No último dia 25, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, empossada em fevereiro deste ano, apresentou publicamente um novo plano de investimentos da empresa no período 2012/2016, substituindo o anterior, de 2011/2015, que se revelou inadequado logo de início.
Graça Foster marcou o anúncio com mais uma demonstração de sua conhecida franqueza e de disposição para resolver problemas. E os que apontou na ocasião foram vários, sem nenhuma graça. Pelo contrário, deu a entender que no passado a companhia divulgava metas que sistematicamente descumpria e convivia com certa indisciplina financeira e com falta de planejamento e de controle. E que costumava adquirir antecipadamente equipamentos de projetos ainda não aprovados em todas as fases.
Mencionou a refinaria Abreu e Lima, cuja construção está atrasada, afirmando tratar-se de "uma história para ser aprendida, a ser escrita e lida pela companhia de tal forma que não seja repetida". Recorde-se que nesse projeto há a participação de 40% da empresa venezuelana PDVSA, mas até agora essa presença não se concretizou financeiramente. Entre outros atrasos, também foi mencionado o do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), cuja primeira refinaria tinha setembro de 2014 como data de inauguração, depois de adiada algumas vezes. Graça Foster nem se arriscou a fixar uma nova. E afirmou que "nenhum diretor da companhia está autorizado a falar sobre novos prazos deste e de outros projetos", indicando que estão em fase de reexame.
Também se referiu a atrasos no recebimento de equipamentos nacionais e estrangeiros. Um caso não abordado no evento, mas que foi objeto de propaganda na campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010, foi o do petroleiro João Cândido, lançado ao mar no Brasil em maio do mesmo ano, pelo então presidente Lula. Mas, como nunca antes neste país, foi um lançamento sem efetivo funcionamento, com o que o bebezão ficou no berçário para tratamento. Só em 2012 partiu para o seu trabalho.
Inegavelmente, o que disse Graça Foster foi uma crítica à administração da empresa no governo Lula. Analisando todo esse quadro, um editorial deste jornal encontrou traços "de alguns dos piores costumes consagrados no governo anterior, como o aparelhamento da administração, o voluntarismo, o favorecimento a grupos econômicos e a mistificação populista".
Os vários problemas da Petrobrás podem ser sintetizados na avaliação que dela faz o mercado acionário. Nele, o preço de uma ação tende a revelar sinteticamente todas as informações disponíveis quanto ao valor de uma empresa. Multiplicado pelo número de ações, mostra o seu valor total de mercado. Ora, tomando apenas dados de 2010 para cá - ou seja, depois da crise econômica mundial do final da década anterior, antes da qual esse seu valor era bem maior -, daquele ano até o dia 25 do mês passado ele caiu de R$ 380,2 bilhões para R$ 237,3 bilhões, e nessa última data era inferior ao valor do patrimônio líquido da empresa, conforme seu balanço. Em números, apenas 71% desse patrimônio.
(* ) Robert Macedo é economista (UFMG, USP, HARVARD), professor associado à FAAP, e consultor econômico de ensino superior
“Eu só queria entender”
ResponderExcluirA CNI/Ibope divulgou sua última pesquisa. E anunciou que a aprovação da presidente Dilma Rousseff atingiu 77% e o seu governo, 59% de aprovação. OK, pesquisa não se discute.
Mas eu queria saber porque o povo está rindo.
Segundo a imprensa, a violência aumentou em todas as regiões do Brasil.
Como aumentou o número de estupros em meninas de até 10 anos; os carteiros em São Paulo só entregam encomendas do SEDEX com escolta policial, pois os assaltos dobraram em 2010; os ataques dos bandidos matando policiais e queimando ônibus triplicaram.
Piorou a situação da saúde. Até quem tem plano de saúde está entrando na fila. 95% das universidades federais continuam em greve há 48 dias; Não tem mais como esconder que a economia está desacelerando; e o preço do feijão e arroz tiveram alta de 30% em um ano...
Sem falar na corrupção dos políticos que virou uma cachoeira...
Será que o povo está virando hiena?
Prezado Armando.
ResponderExcluirEu também não entendo a preocupação da CNI em promover a popularidade do ex-presidente Lula e agora a Dilma.
A CNI devia preocupar-se com a situação das industrias, classe que as representa, cada vez mais sucateada e sem perspectivas.
A industria de carros está sem ter para quem vender sua produção. Cada brasileiro tem um carro importado e deve pelo menos dois por conta do financiamento a longo prazo.
Más eu digo sempre: pra frente é que as malas batem.