FOTO DA CACHOEIRA DANTAS
O Souza
O Souza era outro fenômeno da minha época de criança. Conheci-o muito bem porque ele morava nas terras do meu avô, perto da nossa casa no Baixio Dantas. Ele era alegre, muito brincalhão e de uma memória prodigiosa, decorava tudo que ouvia. Certa vez, eu o vi rodeado de pessoas na feira de Várzea Alegre.
Eu tinha oito anos de idade e sabia ler, e procurava pessoas que soubessem ler também. Admirei aquela cena e fiquei curioso ao ver aquela multidão ao redor do Souza, especialmente com desenvoltura com que ele lia aquele conto em voz alta.
Avancei pra bem perto; ele lia o Pavão Misterioso numa banca que vendia livretos de cordel. Naquele momento, ouvi uma das pessoas gritar – eita caba danado, esse ai lê até de cabeça pra baixo! Meu pai depois me explicou o resto da história e pude conferir que existem analfabetos que sabem ler, mas só em Várzea Alegre.
Professor Antonio Dantas.
Prezado amigo Antonio Dantas.
ResponderExcluirAí está o "Conto" do Sousa. Ilustrado com uma foto da Cachoeira Dantas para matar as saudades do autor.
Em Varzea-Alegre tem de tudo. Minha avó Josefa de Pedro André sabia ler perfeitamente e não sabia escrever. Quando recebia uma carta lia com desenvoltura, já a resposta ela recorria sempre a afilhada Iracy Bezerra, esposa de Pedro Piau, que a atendia com o maior carinho e prazer.
Abraços.