Não passa dia sem depararmos com manchete de escândalos. Tornou-se quase banal a notícia de indiciamento de autoridades dos diversos escalões não só por um crime, mas por vários, incluindo o de formação de quadrilha, como por último consignado em denúncia do Procurador-Geral da República, Doutor Antônio Fernando Barros e Silva de Souza.
A rotina de desfaçatez e indignidade parece não ter limites, levando os já conformados cidadãos brasileiros a uma apatia cada vez mais surpreendente, como se tudo fosse muito natural e devesse ser assim mesmo; como se todos os homens públicos, nas mais diferentes épocas, fossem e tivessem sido igualmente desonestos, numa mistura indistinta de escárnio e afronta, e o erro passado justificasse os erros presentes.
A repulsa dos que sabem o valor do trabalho árduo se transformou em indiferença e desdém. E seguimos como se nada estivesse acontecendo.
Perplexos, percebemos, na simples comparação entre o discurso oficial e as notícias jornalísticas, que o Brasil se tornou um país do faz-de-conta.
Faz de conta que não se produziu o maior dos escândalos nacionais, que os culpados nada sabiam - o que lhes daria uma carta de alforria prévia para continuar agindo como se nada de mal houvessem feito.
Faz de conta que não foram usadas as mais descaradas falcatruas para desviar milhões de reais, num prejuízo irreversível em país de tantos miseráveis.
Faz de conta que tais tipos de abusos não continuam se reproduzindo à plena luz, num desafio cínico à supremacia da lei, cuja observação é tão necessária em momentos conturbados.
Se, por um lado, tal conduta preocupa, porquanto é de analfabetos políticos que se alimentam os autoritarismos, de outro surge insofismável a solidez das instituições nacionais. O Brasil, de forma definitiva e consistente, decidiu pelo Estado Democrático de Direito.
Não paira dúvida sobre a permanência do regime democrático. Inexiste, em horizonte próximo ou remoto, a possibilidade de retrocesso ou desordem institucional. De maneira adulta, confrontamo-nos com uma crise ética sem precedentes e dela haveremos de sair melhores e mais fortes.
Em Medicina, “crise” traduz o momento que define a evolução da doença para a cura ou para a morte. Que saiamos dessa com invencíveis anticorpos contra a corrupção, principalmente a dos valores morais, sem a qual nenhuma outra subsiste.
Thiago Herdy - O Globo Disse:
ResponderExcluirMesmo com a condenação de Marcos Valério já somando 11 anos e oito meses de prisão, o seu advogado Marcelo Leonardo acredita que o último memorial entregue aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), com menções ao ex-presidente Lula como protagonista do mensalão, surtiu o efeito esperado. Para Leonardo, a intenção inicial do ministro Joaquim Barbosa era aplicar penas ainda mais pesadas contra seu cliente.
VOU COMPLETAR NO PRÓXIMO DIA 13 DE DEZEMBRO 57 ANOS. PROCURO FAZER A MINHA PARTE NO DIZ RESPEITO AO CUMPRIMENTO DAS LEIS E NORMAS SOCIAIS, ORIENTO OS MEUS FILHOS A SEGUIREM PELO MENOS O MEU EXEMPLO DE INTERESSE E DEDICAÇÃO AO TRABALHO, NA MEDIDA DO POSSÍVEL TENTO AFASTÁ-LOS DAS COISAS FÁCEIS, SOBRETUDO DAS FALCATRUAS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS, VIVO PEDINDO QUE TODOS SEJAM BONS CIDADÃOS E QUE NÃO INVEJEM FORTUNAS DE PROCEDÊNCIA DUVIDOSA ETC., PORQUE ENCARO COM MUITA LUCIDEZ E SENSATEZ: NOSSA GERAÇÃO NÃO IRÁ PRESENCIAR O CONSERTO DESSE QUADRO DE INVERSÃO DE VALORES.
ResponderExcluirJÁ NÃO TEMOS COMO DISTINGUIR QUEM É CIDADÃO E QUEM É LADRÃO. QUEM É TRABALHADOR E QUEM É DESDOBRADOR.
NEM EU, QUE DURANTE MAIS DE DUAS DÉCADAS TRABALHEI NO SERVIÇO PÚBLICO BRASILEIRO, TENHO MAIS ESSA CAPACIDADE DE DISCERNIMENTO...
QUANDO ALGUÉM ME PERGUNTA ALGUMA COISA SOBRE O QUE EU ACHO DO FUTURO DO BRASIL, EU SIMPLESMENTE RESPONDO: SE TIVER DE ACONTECER ALGUMA MUDANÇA PARA MELHOR, NO CARÁTER DOS HOMENS, É LÁ PARA O ANO 2112... NOSSA GERAÇÃO NÃO IRÁ TESTEMUNHAR ESSAS MUDANÇAS... E TENHO DÚVIDAS ATÉ SOBRE ESSE PRAZO...
Prezado João Dino.
ResponderExcluirConcordo com você. Da ordem para a desordem que vivemos foi rápido, uns 15 anos mais ou menos. Mas, para recuperar a honra novamente serão necessários um, dois ou mais seculos.
Ontem eu vi, no plenário do Supremo Tribunal Federal o ministro Joaquim Barbosa perguntar para o Ministro Lewandoski se ele advogava para o réu. Tanto era o esforço do ministro para livrar o réu de pena.