Benedito André e Raimundo Otoni de Carvalho eram bons amigos.
Benedito Alves Bezerra, filho caçula de André Alves Bezerra e Ana Alves de Morais. Agricultor honrado, probo e trabalhador. Era tropeiro, fazia transportes de mercadorias em lombos de animais. Atividade que desempenhou por muitos anos com muita dignidade.
Raimundo Otoni de Carvalho, comerciante rico, Senhor de Engenho, proprietário do Sitio Brejo e politico.
Certa feita, Raimundo Otoni estava com uma rapadura encalhada e procurou vender ao Benedito André. Benedito demonstrou total desinteresse pelo negocio, mas Raimundo Otoni insistiu mostrando as vantagens e possibilidade de obtenção de bons lucros. Dizia Raimundo Otoni: Eu dou um prazo grande, você pode levar essa rapadura para os Inhamuns e trocar por queijo, depois vender os queijos e lucrar duas vezes. Terminaram por discuti o preço. Eu te vendo a 0,30 a unidade, disse Raimundo Otoni. Eu aceito a 0,20 respondeu Benedito André.
Nós vamos fazer o negocio, porém, eu quero que você diga a Antônio de Gonçalo que comprou a 0,30, porque eu estou vendendo uma parte pra ele desse preço disse Raimundo Otoni. Benedito André não criou dificuldade e disse para Antônio de Gonçalo que estava comprando as rapaduras do Raimundo Otoni a 0,30.
Benedito André andou pra riba e pra baixo com a mercadoria, quase não encontra negocio, porque o produto era de má qualidade, além de salobra as rapaduras eram pretas e pequenas. Mas enfim, no dia do prazo combinado Benedito foi ao encontro do Raimundo Otoni efetuar o pagamento.
Quando entregou o dinheiro que Raimundo Otoni contou a surpresa: Sua conta está errada, eu lhe vendi as rapaduras a 0,30 e tenho testemunhas, você disse a Antônio de Gonçalo que tinha me comprado a 0,30. Como naquela época o que valia era a palavra Benedito André foi trabalhar para encontrar meios de pagar a diferença.
Lazaro Menezes dizia com muita propriedade que: Só existem os sabidos porque existem os bestas. Benedito pagou uma conta com 30% a mais.
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