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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 18 de junho de 2013

A QUEDA DO PADROEIRO - Mundim do Vale

Na década de 70, houve um inverno muito pesado no município de Várzea Alegre e por conta daquilo, a torre da igreja matriz desabou trazendo com ela a imagem do padroeiro São Raimundo Nonato.
Por coincidência ou milagre o santo nada sofreu, estava apenas desbotado pela ação do sol e da chuva. O fato aconteceu a meia noite, mas quando amanheceu o dia a pracinha da igreja já estava lotada de fiéis. Com a presença dos curiosos surgiu os seguintes comentários:
Romana:
Isso só pode ter sido um castigo. Quem mandou o Pade Mota pintar a igreja de verde?
João Mandu:
Isso daqui foi um milagre grande! Cuma é qui pode um santo se distabacar duma altura de mais de trinta metro e num quebrar nem um dedo? Apois meu subrim caiu dum coqueiro qui é muito mais baxo, mais ele quebrou as duas perna.
Rosa Pagé:
Vixe Cuma ele é fei! Eu reparava ele lá imriba e pensava qui era mais bunitim, mais ele é mermo qui tá vendo Chico de Munda.
Maria Bela:
Vôte! São Raimundo cum esse amarelo impombado, tá direitim Dedé de Frazo.
O vigário aproveitou a tragédia e iniciou logo uma campanha para a reconstrução da torre. Enquanto desenvolvia os trabalhos, mandou o pintor Ildefonso Vieira Lima, renovar a pintura do santo.
Depois da torre concluída, o nosso conterrâneo Otacílio Correia, conseguiu com o governador, uma equipe do corpo de bombeiros com uma escada Magirus para colocar o padroeiro de volta no seu lugar.
A chegada dos bombeiros foi uma festa na cidade, o padre celebrou uma missa campal e benzeu a operação.
Depois do padroeiro no lugar, os bombeiros se despediram recebendo os aplausos da comunidade cristã. 
Gregório Gibão que estava no meio da multidão, tirou o chapéu,
Colocou a mão na testa, olhou na direção da torre e gritou:
- Ei Raimundão! Quando tu quiser trocar a roupa de novo, é só dispencar daí de riba.

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