Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 29 de junho de 2013

Vem prá rua, Lula! Vem! - Por Ricardo Alcantara


Quando eu era menino – infelizmente, faz muito tempo – havia um curioso personagem de histórias em quadrinhos chamado Gasparzinho. Era um fantasminha esperto, que surgia e desaparecia ao sabor das circunstâncias e de acordo com seus próprios interesses.

Agora, veja como as aparências enganam: o Lula, por exemplo, está vivo, embora se finja de morto quando as ruas do país, em chamas, exigem reação, ainda que tardia, do governo de seu partido a problemas que ele prometeu enfrentar, quando chegasse ao poder.

Como o fantasminha malandro, Lula “só vai na boa”: injustificavelmente distante de conflitos que em muito dizem respeito a decisões tomadas no seu próprio governo, a maior liderança popular do país sumiu, evitando ser identificado com sua própria obra.

É evidente, nenhuma manobra é definida no Palácio do Planalto sem que ele seja ouvido. Se está por trás de tudo, por que não mostra a cara? Pelo menos para que nos explique o porquê da nossa copa – a sua copa – custar o mesmo valor das três últimas juntas.

Pela liderança que detém, a omissão de Lula é uma irresponsabilidade. Mas há, nesta irresponsabilidade, muito mais esperteza do que covardia: se agora rasgam nas ruas bandeiras do partido dele, como reagiriam se o ex-presidente mostrasse a cara?

O PT preserva Lula porque Lula é o seu pré-sal, a fonte inesgotável de popularidade que poderá ser convocada, se necessário, pois, por mais que recupere parte de sua sintonia com as ruas, o élan reformista do governismo deverá alcançar 2014 muito desbotado.

Digo “deverá” porque não é possível ainda projetar os efeitos que os eventos de agora terão sobre as eleições do próximo ano e isto de tal modo que, em verdade, trabalha-se em Brasília, e freneticamente, é para que 2014 aconteça na forma juridicamente prevista.

Não é outra, a fonte de inspiração para a presteza com que agora o parlamento pratica seu delivery para causas reclamadas há tanto tempo, senão a necessidade de atualizar-se com as ruas de modo que seus clamores não avancem com maiores expectativas de ruptura.

Ao contrário do que muitos previram (entre os quais, em penitência, me incluo), houve, sim, maior razoabilidade entre os aliados de centro do governo para acolher uma parcela das questões reclamadas, oferecendo alguns anéis antes que lhe cortassem os dedos.

Sugere-se aos militantes em rede que cobrem as praças do país que coloquem no circuito virtual uma nova adaptação da hastag que marca o movimento: # vem prá rua, Lula! Vem, e explica prá gente como foi que o “espetáculo do crescimento” deu nisso tudo.

Blog do Eliomar de Lima

2 comentários:

  1. Que venham ao Maracanã, Lula, Dilma, Sergio Cabral e Eduardo Paz, que testem suas popularidades . Tragam Renan, Sarney, Jader, Collor, Dirceu, Genoino, Maluf.

    As vaias, se houverem, nascerão da insatisfação dos moleques e baderneiros.

    ResponderExcluir
  2. A presidente Dilma Rousseff desistiu de assistir à final da Copa das Confederações, entre Brasil e Espanha, domingo, no Maracanã. A assessoria do Palácio do Planalto disse que a presidente recebeu o convite da Fifa para a abertura e o encerramento, mas não confirmou presença na última partida da competição. Na abertura, no estádio Mané Garrincha, Dilma foi vaiada ao aparecer no telão, quando foi citada pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, e quando declarou aberta a Copa.

    À tarde, durante entrevista coletiva no Maracanã, Blatter demonstrou certo desconforto ao ser perguntado sobre a ausência da presidente Dilma no encerramento do torneio, dizendo que gostaria de tê-la ao seu lado.

    - Não recebi a confirmação se a presidente estará na final. Essa é uma questão para esse lado da mesa - disse o dirigente, apontando para Aldo Rebelo, ministro dos Esportes. - Eu ficarei feliz se ela estiver lá... mas não sou profeta e não posso dizer se ela estará lá ou não - comentou.

    A avaliação de interlocutores da presidente é que, em meio a onda de protestos no país, o público do Maracanã seria hostil a Dilma. Além disso, dizem auxiliares da presidente, neste fim de semana, a presidente deve se reunir com ministros para discutir a proposta de plebiscito que mandará ao Congresso na próxima terça-feira. Dilma também deve preparar a reunião ministerial prevista para os próximos dias.

    ResponderExcluir