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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 16 de julho de 2013

EXTREMO PROGRESSO - Por Bezerra de Morais.

Uma vez nós escrevemos nessa página, uma matéria em que falava  da tranquilidade de Várzea Alegre no passado, uma amiga questionou dizendo que melhores são os dias de hoje. Em outra ocasião  num debate nosso com o poeta Sávio Pinheiro, eu dizia que tempo bom foi o passado e Sávio dizia que tempo bom é o presente.

Eu vou tentar  fazer aqui um mapeamento do Sítio Vazante no ano de 1953. As casas ficavam todas de um lado só, com  mais ou menos 150 metros de distâcia de uma para a outra. Partindo da sangria da Lagoa de São Raimundo a ordem era essa:
Casa -1- Caitano de Zezinho de Matias e Maroquinha.
Casa - 2 - Zezinho de Matias e Teresinha, Pais de Caitano ( Hoje      pertencente ao Dr. Raimundo Irapuan Costa. )
Casa - 3 - Sr. Matias, pai de Zezinho e avô de Caitano.
Casa - 4 - José Raimundo e Dona Ana.
Casa - 5 - Carrim e Maria Carlos, pais de Damião dos Bonecos.
Casa - 6 - Raimundo Beca e Maria.
Casa - 7 - Tio Manoel Piau e tia Beluca. ( Aquela casa ficava em frente ao campo de futebol )
Casa - 8 - Tio Raimundo e tia Izaura. Aquela casa nós ocupamos por um tempo. Foi onde nasceu meu irmão Luía Sérgio.
Casa - 9 - Dona Mimosa, viúva do meu avô Joaquim Piau. Hoje pertencente aos familiares do Dr. Raimundo Sátiro.
Fora dessa sequência tinha ainda nas margens do Riacho do Feijão, uma casinha do meu tio Vicente Piau e tia Toinha.

As casas não tinham luz elétrica, a iluminção era feita com lamparinas. Também não tinha água encanada. A água era tirada de cacimbas e transportadas em cabaças até os potes. Os brinquedos dos meninos eram; Galamartes, cavalos de pau, triângulos, boldoques e peões. Das meninas eram; Guisados e bonecas feitas de sabugo de milho ou pendão de mandacaru.

No inverno o acesso para a cidade era um sacrifício, tanto pela sangria da lagoa como pelo altos dos Becas ( Hoje bairro Juremal )

O enfermeiro Nelinho para ir aplicar uma injeção ou fazer um curativo. Só faltava não chegar por conta das dificuldades.

Hoje passando no bairro Vazante eu vejo casas boas com automóvel na garagem, antena parabólica, tv a cabo, Internet e e água encanada. No bairro hoje já tem: Casa de eventos, mini-presídio, Estádio e um projeto em andamento para construção de um condomínio de luxo. Se o enfermeiro Nelinho tivesse vivo não gastava mais de dez minutos para se deslocar à pé do centro da cidade para – Bairro Vazante e ainda passava no Parque Cívico São Raimundo Nonato.

Os brinquedos das crianças da Vazante hoje são; Vídeo Games e computadores. Foi Vendo esse extremo progresso que eu fiz um comparativo e me perguntei: O que seria melhor para mim? Viver no sítio Vazante  no ano de 1953, ou viver no bairro Vazante no ano de 2013?

Não obtive resposta conclusiva. Alguém tem essa resposta?

Um comentário:

  1. Prezado Bezerra de Morais.

    Inicialmente parabéns pelo texto.

    Eu não tenho nada contra o progresso. Nenhum preconceito contra a moderna atualidade.

    Mas, para responder sua pergunta, peço permissão aos demais, para dizer que sou plenamente a favor e dou preferencia aquela vida descuidada, simples e pura de antes.

    Não me acostumo com essa loucura que se vive, hoje em dia, que leva a vida a não ter valores espirituais, bons costumes ou respeito com os semelhantes.

    Minha resposta seria, sem medo: Prefiro a tranquilidade, humanismo, respeito que existia pelas pessoas de antes.

    Grande abraço.

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