Houve um tempo em Várzea Alegre-Ceará, que a prefeitura municipal em parceria com a paróquia, destribuia para os mais pobres o leite em pó, que era chamado na vulgaridade de leite do padre.
O encarregado da distribuição era o Sr. Fatico Fiuza, que conhecia quem realmente precisava receber o leite. Os casais por estarem sempre ocupados e para impressionar os funcionários da entrega, mandavam as crianças.
Em um dia da distribuição, Barela vinha na direção da cidade para receber o leite, quando passava no Sanharol estavam Raimundo Bitu e Cotinha sentados na calçada. Quando Barela passava em frente, deu bom dia, Cotinha respondeu e perguntou:
- Pra onde vai tão cedo? Barela?
- Eu vou aqui caminhando contra o vento, pra receber o leito do padre.
Raimundo Bitu Alertou: - Pois apresse o passo. Picoroto que foi a favor do vento, voltou sem nada, porque tem gente recebendo duas vezes.
Naquele mesmo dia meu irmão João Piau foi na prefeitura e recebeu o nosso leite. Quando ele chegou na Vazante, nós fizemos a festa e o leite só deu para uma rodada.
Logo o leite acabou João Piau disse:
- Esse leite só sendo do padre mesmo. Porque só deu pra meia missa. Eu vou já buscar mais.
Foi até a prefeitura, pegou a fila e quando chegou na cabeça Fatico falou:
- Eii Piauzim! Você já recebeu.
O Piauzim respondeu:
- Aquele que eu levei foi o lá de casa, eu vim buscar foi o de Raimundo Beca, que os meninos dele estão no Moquém e ele pediu para eu receber.
Fatico fez que acreditou e entregou o leite, mas comentou com algumas pessoas e Raimundo Beca ficou sabendo.
João Piau sempre evitava o encontro com Raimundo. Mas teve uma vez que João estava de cabeça baixa armando uma arapuca e foi surpreendido por ele que disse:
- Quer dizer que você agora é meu leiteiro né João
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