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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 9 de novembro de 2013

O IBGE descobre o ‘aglomerado subnormal’ e acaba com as favelas do Brasil Maravilha - Por Augusto Nunes


Onde se vê uma favela, o IBGE enxerga um ‘aglomerado subnormal’

Primeiro, Lula criou o Fome Zero e acabou com os famintos que herdou de FHC, e todos os brasileiros passaram a saborear pelo menos três refeições por dia. Depois, Lula criou a nova classe média e acabou com a pobreza que herdou de FHC, e todos os pobres foram intimados a subir para a divisão superior sem que tivesse subido o salário.

Mais tarde, Dilma Rousseff criou o programa Brasil sem Miséria e acabou com os indigentes que Lula, decerto por distração, esquecera de incluir na classe média, e todos os miseráveis da nação aprenderam que podem viver muito bem com 3 reais por dia, e se não forem perdulários logo estarão viajando de avião ou embarcando no trem-bala.

Sem fome, sem pobreza, sem miséria, o que estaria faltando para que o Brasil Maravilha virasse uma Noruega com muita praia, carnaval, mulata, futebol e jabuticaba? Acabar com os milhões de nativos que se espremem em barracos pendurados nos morros, hasteados nos pântanos ou fincados na periferia das cidades, decidiu o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Depois da divulgação de um estudo que abrange a população que sobrevive nesses tumores urbanos, já não falta mais nada. Pelo que se lê no papelório, os alquimistas do IBGE decretaram que, a partir deste começo de novembro, o que parece uma favela é um “aglomerado subnormal”. Isso mesmo: “aglomerado subnormal” é a grande novidade apresentada nesta primavera pela novilíngua companheira.

Embora a imensidão de favelados esteja onde sempre esteve, as favelas não existem mais. Haja cinismo.

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