Reações ridículas – Pizzolato repete termos de PT, Dirceu e Genoino, diz confiar na Justiça italiana e se mostra grato à subimprensa financiada por estatais, inclusive o BB, de onde saiu parte do dinheiro do mensalão
Pois é… Henrique Pizzolato se mandou. Usou a rota Pedro Juan Cabellero, a exemplo dos traficantes de drogas e de armas, dos bandidos comuns. Faz sentido. Segundo ficou comprovado nos autos, o dinheiro a que ele recorreu para alimentar o mensalão era do Banco do Brasil, era público. Pizzolato tirou dos pobres mais do que que costumam tirar aqueles outros bandoleiros. Como diria Padre Vieira, seu crime é ainda mais covarde. Os outros, ao transgredir a lei, sabem que estão correndo riscos, inclusive de vida. Isso, obviamente, não minimiza a fealdade do seu crime, mas há, vamos reconhecer, alguma ousadia. Os que enfiam a mão no dinheiro público abusando do cargo que ocupam, da facilidade dos ambientes com ar refrigerado, com suas gravatas italianas — compradas, é bem provável, com a grana dos desdentados —, estes têm uma mácula adicional: a covardia física. Já que decidiram ser delinquentes, que, ao menos, o fizessem, para citar o padre, “debaixo de seu risco”… Mas quê…
Pizzolato deixou uma carta explicando a sua fuga. Fala a linguagem dos heróis. É bom que fique claro: o texto repete as notas emitidas pelo PT, por José Dirceu e por José Genoino. Tudo igual! Reclama que não teve direito de apelar a corte superior — como se a competência originária do processo já não fosse da corte suprema brasileira; diz que cercearam o direito de defesa, o que é comprovadamente mentira; alega que não há provas contra ele, outra mentira; sustenta que se trata de um julgamento conduzido pela mídia, mentira de novo… E segue assim. Ora, partido, Dirceu, Genoino e congêneres afirmaram coisa diferente? Os chefões de verdade só não deram no pé também porque aí seria a desmoralização absoluta do partido. A fuga, ademais, seria mais difícil, já que estão sem os passaportes. Só se Dirceu mudasse de cara pela terceira vez
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