A base, a base aqui está e quem não for da base devolva o crachá!" Era mais ou menos assim que resolvíamos as questões de divergência no movimento político que frequentei na juventude. Uma reverência, em forma de slogan, à mania nacional de simplificação. Mas tolices não se tornam verdades só por serem cantadas ou ditas aos berros.
No fim, qualquer que seja o método de atuação, o que prevalece em política é o prazer de ver a maioria submeter-se, ser parte da máquina. Mas, como entra muita luz no mundo todo dia, querer unidade na busca do poder pode se tornar falso, produzir mal-estar de tempos em tempos e levar grupos políticos à saturação.
Há algum tempo era mais ou menos consenso que, se não houvesse ciência e tecnologia, trabalho relevante era o de cortadores de lenha e carregadores de água. Com os problemas de abastecimento e energia, o princípio retorna, pois todos pensavam que faltar luz e água no Brasil seria como imaginar Lisboa a capital.
Trajetória acidentada também é a da polícia, onde os interesses de segurança dos cidadãos transformam-se sempre em aventuras e arbitrariedades. Sem falar da submissão da moeda nacional aos interesses da especulação financeira.
São desconexões entre o desejo e a realidade, que provocam as inquietudes, estimulam a constante polarização, estabelecem tonalidades proibidas e levantam dúvidas sobre a direção do progresso. Quando o equilíbrio não produz calma, nada pode atingir a perfeição e produzir direito. E, sem a concordância sobre a necessidade de harmonia, a sociedade não se encontra.
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