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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 19 de agosto de 2014

Um desastre chamado Dilma! - Por Ricardo Noblat


William Bonner empurrou a presidente Dilma Rousseff para o canto do ringue. E ficou batendo nela até cansar. Até resolver lhe dar algum refresco, quando ofereceu um minuto e meio além dos 15 previstos para que ela fizesse suas considerações finais.

Como Dilma, atarantada, não conseguiu respeitar o tempo que lhe coube, Bonner e Patrícia Poeta decretaram o fim da terceira entrevista do Jornal Nacional com candidatos a presidente. As duas primeiras foram com Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

De longe, a entrevista com Dilma foi um desastre. Para ela. Não chamou Bonner e Patrícia de “meus queridos”, como costuma fazer quando se irrita com jornalistas que a acossam com perguntas incômodas. Mas chegou perto.

Passou arrogância. Exibiu uma de suas características marcantes – a de não juntar coisa com coisa, deixando raciocínios pelo meio. Foi interrompida mais de uma vez porque não conseguia parar de falar, e fugia de respostas diretas a perguntas.

Perguntaram-lhe sobre corrupção. Dilma respondeu o de sempre: nenhum governo combateu mais a corrupção do que o dela. Bonner perguntou o que ela achava de o PT tratar como heróis os condenados pelo mensalão. Foi o pior momento de Dilma (terá sido mesmo o pior?).

Dilma escondeu-se na resposta de que como presidente da República não poderia comentar decisões da Justiça. Ora, a resposta nada teve a ver com a pergunta. E Bonner insistiu com a pergunta. E Dilma, nervosa, valeu-se outra vez da mesma resposta. Pegou mal. Muito mal.

Quando foi provocada a examinar o estado geral da economia, perdeu-se falando de “índices antecedentes”. Provocada a dizer algo sobre o estado geral da saúde, limitou-se a defender o programa “Mais Médicos”.

Seguramente, nem em público, muito menos em particular, Dilma se viu confrontada de modo tão direto, seco e sem cerimônia como foi por Bonner e Patrícia. Jamais. Quem ousaria? Surpreendida, por pouco não se descontrolou.

Um comentário:

  1. Estou a dever. Fiz criticas ao Bonner nas entrevistas anteriores. Imaginava que ele não teria a coragem de fazer o mesmo com a presidente nDilma. Me enganei.

    Gostei quando a Dilma reconheceu que a saude no governo dela é uma lastima e quando disse que a corrupção sendo do PT, do partido dela, ela não fala. O que já era obvio. Só faltava o reconhecimento dela em publico.

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