Afinal, quem tem razão?
Dilma, que chamou de tecnicamente “falho” o parecer de Nestor Cerveró, na época diretor da área internacional da Petrobras, sobre a compra da refinaria Pasadena, no Texas, Estados Unidos?
Ou Cerveró, que chamou de “negligente” a decisão do Conselho de Administração da Petrobras, presidido na época por Dilma, favorável à compra da refinaria?
Tudo indica que os dois têm razão. E deveriam ser processados.
Em 2006, a Petrobras pagou ao grupo belga Astra Oil 360 milhões de dólares por 50% da refinaria Pasadena. Dois anos depois, comprou os outros 50%.
Ao todo, Pasadena acabou custando 1,18 bilhão de dólares à Petrobras, mais de 27 vezes o que a Astra originalmente desembolsou por ela.
Foi “o negócio do século” para a empresa belga, segundo os jornais de economia daquele país. Para a Petrobras foi um desastre. Não só pelo que ela desembolsou. Mas porque a refinaria estava repleta de problemas.
Tinha pouco menos de três páginas o parecer de Cerveró no qual se baseou o Conselho de Administração da Petrobras para autorizar a compra de Pasadena.
Dilma alega que Cerveró omitiu duas cláusulas do contrato. Cerveró alega que o Conselho de Administração poderia ter requisitado todas as informações que desejasse para amparar a sua decisão.
Não requisitou por que não quis. Foi negligente.
O Tribunal de Contas da União livrou Dilma de qualquer culpa, bem como Graça Foster, presidente da Petrobras. Culpou parte da diretoria da empresa, Cerveró incluído.
Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, que negociou com a Polícia Federal a delação premiada, disse que Cerveró recebeu propina pela compra de Pasadena.
Mais cedo ou mais tarde se conhecerá a opinião do juiz Sérgio Moro a respeito.
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