Não me lembro de ter ouvido algum ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) dizer o que disse, ontem à tarde, Celso de Mello, o mais antigo deles, a respeito do presidente da República.
Celso classificou de “omissão irrazoável e abusiva” de Dilma o fato de ela ainda não ter indicado um nome para preencher a vaga aberta no tribunal há sete meses com a aposentadoria de Joaquim Barbosa.
Mais claro, direto e destemido impossível. Disse Celso:
- Essa omissão irrazoável e abusiva da presidente da República já está interferindo no resultado dos julgamentos. Novamente, adia-se um julgamento. Nós estamos realmente experimentando essas dificuldades que vão se avolumando. É lamentável que isso esteja ocorrendo.
São 11 os ministros do STF. É o presidente da República quem os indica, mas a aprovação cabe ao Senado.
Assim como sente desprezo pelos políticos, Dilma se nega a ver com simpatia os membros do Poder Judiciário. Ao fim e ao cabo, por temperamento, ela se acha superior a todos eles.
No caso da atual composição do STF, Dilma não perdoa os ministros que indicou, bem como os indicados por Lula, que não votaram no caso do processo do mensalão como ela e seu tutor queriam.
Dilma esperou que eles julgassem os mensaleiros com mão leve em agradecimento por sua indicação para o tribunal. Não foi assim.
Então Dilma resolveu castigar o STF demorando a apontar o substituto de Joaquim. Isso começou a criar problemas para o tribunal.
O número impar de ministros é justamente para evitar empates. Ontem e um dia desses houve empates e os julgamentos acabaram suspensos.
Daí a reação de Celso e, em seguida, a do ministro Marco Aurélio Mello. Que afirmou:
- Veja como é nefasto atrasar-se a indicação de quem deve ocupar a cadeira [do ministro que se aposentou].
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