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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 24 de abril de 2015

Corrupção tomou conta de diretoria de Serviços, diz delator - PorDAIENE CARDOSO E DANIEL CARVALHO - O ESTADO DE S. PAULO

Augusto Mendonça afirma na CPI da Petrobrás que esquema era difundido na área dominada pelo PT, mas contaminava toda estatal

Brasília - Executivo que confessou ter participado do esquema de pagamento de propina na Petrobrás, Augusto Mendonça, da Toyo Setal, disse nesta quinta-feira, 23, em depoimento na CPI da estatal na Câmara que a corrupção era “generalizada” apenas na diretoria de Serviços, comandada por Renato Duque. Ele reafirmou que o esquema de propina também era operado na Diretoria de Abastecimento, sob liderança de Paulo Roberto Costa. 

Em cerca de sete horas de depoimento, Mendonça basicamente repetiu o que já havia afirmado em sua delação premiada: disse que as empreiteiras eram “vítimas” de ameaça e por isso participaram do esquema de corrupção. O executivo afirmou ainda que parte da propina que pagou foi em forma de “doação” ao PT, por meio do agora ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, que está preso preventivamente. 

Em seu depoimento, Mendonça desmentiu o ex-gerente de Engenharia e Serviços da Petrobrás, Pedro Barusco, que afirmou que a corrupção era “generalizada” na estatal. “Na companhia como um todo isso não acontecia”, afirmou. “Dentro da Diretoria de Serviços era generalizado porque eles queriam aplicar em cima de todos os contratos.” Indicado pelo PT para o cargo, Renato Duque ocupou a Diretoria de Serviços no período de 2003 a 2012. Mendonça relatou que, no final da década de 1990, empresas formaram um cartel, o chamado “clube”, para se protegerem e não concorrerem entre si. Já o esquema de pagamento de propinas começou após o ano de 2003, quando Duque e Costa – indicado pelo PP – assumem diretorias da estatal. 

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