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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 3 de maio de 2015

Lula de volta ao palanque com seu discurso velho de sempre - Por Ricardo Noblat

Desconstruindo o discurso de Lula na celebração do 1º de Maio, em São Paulo: - Não me chame para briga porque eu volto. Eu não tenho intenção de ser candidato a nada, mas eu tenho vontade de brigar. A Dilma é presidente, e eu quero que ela governe esse país, e eu fico quieto no meu lugar para não dizer que eu estou tendo ingerência.

Lula dorme e acorda pensando em ser candidato. Queria ter sido no ano passado, mas Dilma não deixou. Pretende ser daqui a quatro anos. Não será se o segundo governo Dilma for um desastre.

Lorota de que fica quieto no seu lugar para não dizerem que ele se mete no governo de Dilma. Mete-se, sim. É só o que faz. Não perde uma oportunidade de fazê-lo. Porque o fracasso de Dilma será o dele.

- Essas revistas brasileiras são um lixo e não valem nada. Eu certamente serei criticado por estar sendo agressivo, mas queria dizer que peguem todos os jornalistas da Veja e da Época e enfiem um dentro do outro que não dá 10% da minha honestidade neste país.

A birra de Lula com a Veja é antiga. A referência à Época tem a ver com uma reportagem da revista sobre a suspeita de que ele faz lobby internacional para empreiteiras brasileiras.

Sempre que se vê acuado, Lula apela para a agressividade. Ao invés de contestar acusação por acusação, se imola como vítima de injustiças e diz que ninguém é mais honesto do que ele. Ou mais inocente do que ele.

- O que me assusta profundamente é o medo que a elite brasileira tem que eu volte à Presidência da República. É um medo inexplicável porque nunca eles ganharam tanto dinheiro na vida como no meu governo.

No ano passado, o que Lula chama de elite bateu à sua porta suplicando para que fosse candidato. Ela temia o desastre de um eventual segundo governo de Dilma. Pelo jeito tinha razão.

Por ter ganhado tanto dinheiro nos dois mandatos de Lula, a elite, de fato, queria sua volta ao poder. Portanto, ele sofisma. Esgrima com falsos argumentos. Como, de resto, é seu hábito.

- Cada um que olhe para o seu rabo. Se alguém acha que cheguei até onde cheguei, que fez o que eu fiz neste país, que vou baixar o rabo e minha crista por conta de insinuação. Eu estou quietinho no meu lugar. Não me chame para briga porque eu sou bom de briga.

O trecho acima novamente se refere à reportagem da Época. O que Lula quer dizer quando se refere a “rabo” é o seguinte: “Cuidem do seu. Porque não tenho rabo preso com ninguém”. Com as empreiteiras, tem.

Lula pede para ser deixado em paz. Porque do contrário topa brigar.

- Não tenho intenção de ser candidato a nada, mas eu tenho vontade de brigar. Está aceita a provocação. Aos meus detratores, vou começar a percorrer o país outra vez. Vou conversar com o povo brasileiro.

Lula adverte seus desafetos: se o provocarem mais ele partirá para a briga. Quanto a percorrer o país... Até poderá fazê-lo, mas sob a garantia de que não será hostilizado.

Dito de outra maneira: aceitará convites para falar aos brasileiros, mas em lugares sob o controle do PT.

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