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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 24 de julho de 2021

Crato Tênis Clube - Por Antonio Morais


Identificando : Hildegardo Benício, José Flávio Teles, Vandir, José dos Prazeres, Tonico, Haroldo, Alexandre e Nélio Cleyton.

No dia l7 de Julho de 1950 o Crato Tênis Clube foi inaugurado. Os tempos eram outros. Até o inicio da década de 70 do século passado para frequentar uma simples vesperal de Domingo teríamos que nos apresentar de terno e gravata, em trajes a rigor. 

Imaginemos a minha primeira festa social no clube, 1969. Escolhia-se a "misse mirim" do ano, cuja a vencedora foi "Salambó" filha do saudoso, nobre e honrado professor e dentista Dr. Gutemberg Sobreira. 

Os meus colegas do Colégio Estadual Anário, Severiano e Zé Leite infucaram de ir, me seduziram, fui junto. A grana era pouca ou quase nada. 

Lá estávamos nós nos salões muito chique, Severiano parecia o apóstolo Judas, Anário com uma calça pegando marreca e o paletó com medo de bufa, o Zé Leito aleijado, torto, uma parte do terno no joelho e a outra no sovaco. É que o Anario havia colocado uma pedra de três quilos no bolso do paletó dele! Eu, vou deixar que eles me descrevam.

Pedimos quatro "cubas montila" ao Fuim, garçom muito conhecido do meio social a época. Ele nos serviu sob o olhar desconfiado do Paulo Frota, dono do restaurante do clube. 

Passamos a festa andando pelos corredores girando os cubos de gelo com o dedo. Nenhum dos quatro dançou na festa, ninguém se arriscou a levar uma mala. Foi uma aventura, hoje não me arrependo das estripulias que cometi, lamento por não puder fazê-las novamente. 

Estas lembranças objetivam resgatar a foto do "Conjunto do Hildegardo", pelo que representou para sociedade e para os jovens cratense, naquela que foi a fase mais dourada de nossas vidas

6 comentários:

  1. Identificando : Hildegardo Benício, José Flavio Teles, Vandir, José dos Prazeres, Tonico, Haroldo, Alexandre e Nélio Cleyton.

    O local desta foto é Colegio Madre Ana Couto.

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  2. Morais,
    Fico a imaginar o trabalho que deu pra fazer a cota, em dinheiro, prá pagar o carro de aluguel,estacionado na Praça Siqueira Campos,pois a Rua de acesso ao Clube só tinha calçamento até o Bosque(Hoje Parque Municipal),daí em diante era um areial,que parecia um leito de um rio sêco......e prontos como vocês estavam não era recomendável chegar no Clube à pé......pois vcs seriam examinados pelo porteiro ,Sr.Antônio"Bico-de-Pão,que era muito exigente e severo, e se não estivessem nos conformes, não entrariam.......

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  3. Meu irmão Morais, aplaudo sua iniciativa de reviver as coisas do Crato antigo. Um várzea-alegrense que recebeu, por merecimento, a cidadania, não no papel, mas pelo coração, Cratense. Há de se preservar o que se teve, pois hoje, o Crato não é merecedor, nem de prefeito, quanto mais de história. Qualquer vagabundo se torna prefeito do Crato. Há décadas que essa cidade não sabe o que um governante. Precisava que desenterrasse Raimundo Bezerra para que não venha ser distrito do Juazeiro. Grande abraço

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  4. Dr. Luciano - Muito bom o seu depoimento testemunhando as exigencias aos frequentadores do Crato Tenis Clube de outrora. Mas, eu quero contar que a ultima vez que estive tem mais de 15 anos. A coisa já estava bem mais liberal. Numa mesa se encontrava um sujeito acompanhado de seis mulheres. Ele de bermuda, camisa do Flamengo, sandália japonesa, boné com foto do Lula dançando solto ao som do João Dino Seresteiro.

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  5. Prezado amigo e irmão Cesário. Nesse segmento o Crato está bem pior que no nosso tempo. Você está certo.

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  6. Muittas lembranças!
    Qualquer festa com os conjuntos Hildegardo, Azes do Ritmo e os Águias de Barbalha, era sinal de casa cheia e muita menina pra dançar!

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