"A ingratidão é sempre uma forma de fraqueza. Nunca vi homens hábeis serem ingratos." (Goethe)
Fiz os antigos cursos de Humanidade (ginasial) e o Cientifico, nos bancos do tradicional Colégio Diocesano de Crato. Do pouco que sou muito devo à formação recebida naquele educandário, à época dirigido por monsenhor Francisco Holanda Montenegro. Os mestres de antigamente não se limitavam a repassar, aos alunos, os informes da matéria de que eram titulares. Em meio à explanação das disciplinas, os professores faziam comentários visando à formação religiosa e cívica dos alunos. Nunca esqueci o que disse certa vez um excelente professor: “O pior dos defeitos é a ingratidão, que despreza hoje quem o beneficiou ontem”. Na verdade vim a saber depois que esta frase fora escrita por Torres Pastorino. Mas ele vem a calhar pelo fato que relato abaixo.
Uma pessoa, que já recebeu, no passado, atenção e favores da parte de Dom Fernando Panico, fazia, outro dia – através do face book – críticas veladas ao trabalho deste bispo à frente da Diocese de Crato. Além do defeito da ingratidão, essa pessoa agia de forma malévola, fingindo desconhecer que o atual Bispo Diocesano de Crato foi o responsável pelo funcionamento de quatro instituições para recuperação de alcoólatras e dependentes de drogas que funcionam no Cariri. Além de duas casas existentes em Crato, temos outra em Barbalha (no sítio Riacho do Meio) e a Fazenda da Esperança, em Mauriti. Deve-se a Dom Fernando a construção dos dois grandes blocos que compõe a atual Cúria Diocesana de Crato, bem como o prédio do novo Seminário Propedêutico, localizado no bairro Grangeiro.
Quando chegou a Crato, em 2001, Dom Fernando encontrou a Diocese com 42 paróquias. Criou mais 13 e outras 02 duas paróquias estão em processo de criação, o que significa um crescimento de 31,7%. Ordenou ele os primeiros Diáconos Permanentes da Diocese. Criou o Curso Superior de Teologia no Seminário São José de Crato, que hoje forma sacerdotes para cinco dioceses: Crato e Iguatu, no Ceará; Salgueiro e Petrolina, em Pernambuco, e Cajazeiras, na Paraíba. Dom Fernando ordenou 68 novos sacerdotes para a Diocese de Crato. O clero cratense é hoje formado, na maioria, por novos padres o que não aconteceu com outras dioceses brasileiras que tem a maioria na faixa etária da terceira idade.
Ao assumir a Diocese de Crato, Dom Fernando encontrou o Hospital São Francisco de Assis, pertencente à Fundação Padre Ibiapina, em meio a várias crises, pois atuava com métodos e equipamentos ultrapassados. Entregou aquele hospital – em forma de comodato – à Ordem dos Camilianos, e aquele nosocômio vem experimentando sucessivas melhorias no seu funcionamento e é considerado hoje um “hospital-polo” no sul do Ceará. Quando vemos, diariamente – através dos noticiários da televisão – a falência da assistência médica no Brasil e comparamos com a assistência prestada pelo Hospital São Francisco, chegamos à conclusão do acerto da decisão do atual Bispo de Crato.
Hoje, todos os 32 municípios que foram a Diocese possuem suas paróquias. Além disso, Dom Fernando criou quatro Santuários Diocesanos: o da Igreja-Matriz de Nossa Senhora das Dores de Juazeiro do Norte (posteriormente elevado pela Santa Sé à condição de Basílica Menor); o Santuário Eucarístico que funciona na igreja de São Vicente Férrer em Crato; o Santuário da Divina Misericórdia, na Igreja-Matriz de Santo Antônio, na cidade de Barro e o Santuário da Mãe do Belo Amor, localizado no planalto do sítio Páscoa, zona rural de Crato.
A realização de maior impacto e repercussão feita por Dom Fernando foi o da reconciliação da Igreja Católica com a memória espiritual e a pastoral do Padre Cícero Romão Batista. Há a registrar também que se deve ao atual bispo de Crato o início ao Processo Diocesano pela Beatificação da Serva de Deus Benigna Cardoso da Silva. Este processo já se encontra em análise na Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano.
Haveria muitas e muitas outras ações a falar sobre o fecundo episcopado deste admirável e generoso Pastor Diocesano, nascido na Itália. O espaço é curto. Aquela pessoa que hoje cospe no prato que a alimentou, bem que poderia refletir: a gratidão é um dos sentimentos mais nobres que existe. Ser grato é abrir o coração e deixar fluir este sentimento que envolve a nossa alma. Ser grato é reconhecer um benefício que recebemos e que nada nos custou, embora seja algo tão caro e tão relevante e traga tanto reflexo no presente e no futuro. No entanto, para ser grato é preciso ter um coração sempre aberto, ter sensibilidade, humildade, estar ao lado do bem...
Prezado Armando Rafael - "A gratidão é a memória do coração". No coração guardamos todo aquele que contribuiu com a formação de nossas vidas.
ResponderExcluirQuanto a Diocese e o seu Bispo quando vejo relatos do tipo que você cita no seu belo texto eu me abstenho de comentar e me nego a acreditar por duas razões : Não conheço a versão da outra parte e, em especial, porque sei que o Bispo foi muito corajoso em suas decisões, existem muitos interesses contrariados. O tempo é o melhor juiz da historia. Dom Vicente foi vitima de insinuações e calunias, hoje em dia reconhecidas como falsas. Eu digo sempre que o Crato é forte porque está alicerçada no trabalho da Diocese ou seja O Crato é um eterno devedor do trabalho da Diocese e de seus Bispos.
É isso aí Morais.
ResponderExcluirCada cidade tem suas peculiaridades. O brasileiro, de um modo geral, tem uma compulsão incontrolável à fofoca, mas em Crato, certas figuras vão além dos limites...
O pior é que essa gente tem obsessão para falar mal dos bispos de Crato. O bom e honrado Dom Vicente foi uma vítima desse costume da terra. No entanto a coisa vem do nascedouro da diocese. Há mais de cem anos atrás, o padre cratense Alencar Peixoto, remoído pela inveja porque o virtuoso Padre Quintino estava sendo cotado para ser nomeado bispo, escreveu à Nunciatura Apostólico (que à época ficava no Rio de Janeiro) dizendo que “Pe. Quintino tinha problema de ordem moral”. Ou seja, o gigante e hercúleo trabalho de Dom Quintino poderia não ter acontecido por causa da mentira de um mau sacerdote.
Você poderá ler sobre essa calúnia na página 84 do livro do Pe.Tales Figueiredo “A Diocese de Crato: gênese e contexto”. Pelo visto a maldita semente plantada pelo Pe. Alencar Peixoto frutificou e chegou aos dias atuais...