Isabel de Morais Rego era a filha caçula do casal José Raimundo Duarte, o conhecido José Raimundo do Sanharol e sua esposa Antônia de Morais Rego. O pai faleceu na manhã do mesmo dia que a tarde ela nasceu. Foi batizada pelo Padre Benedito de Sousa Rego, primeiro vigário de Várzea-Alegre de quem também era afilhada e sobrinha.
Na década de 30 do século passado, de passagem pela casa de sua irmã Leonarda Bezerra do Vale, Dadá do São Cosme, conheceu uma freira da Fundação Padre Ibiapina do Crato de quem recebeu de presente uma pequena imagem de Nossa Senhora Auxiliadora.
Em casa chegando de posse da santinha disse para filhas Josefa e Raimunda: De hoje em diante, toda primeira semana do mês de Maio será rezada as novenas a Nossa Senhora Auxiliadora em nossa casa. Mãe a filhas eram analfabetas, Josefa lia alguma coisa, mas, não escrevia, Raimundo escrevia e pouco sabia ler.
Assim é que a Isabel de Morais Rego compôs a letra e colocou a musica do que resultou o Hino a Nossa Senhora Auxiliadora, cantado e decantado por décadas pelos do Sanharol nas novenas a santa.
60 anos depois, me encontrando em Porto Velho com o Padre Emílio, vigário Geral da Diocese de Nossa Senhora Auxiliadora, contei a história para ele. Fui procurado pelo Frei Osmar, um frade franciscano, e cantei o hino, ele gravou e preparou partitura e incluiu no livro de cânticos da paróquia.
Josefa Alves de Morais, Zefa do Sanharol, minha avó. Uma das maiores religiosas de Várzea-Alegre, se não a maior.
"Está lá no livro de cânticos da diocese : "Hino a Nossa Senhora Auxiliadora. Autora Isabel de Morais Rego". Pouca gente conhece essa história. Não há registros que a paróquia de São Raimundo em Várzea-Alegre a conheça.
Eis a preciosidade produzida por minha Bisavó:
Maria Auxiliadora.
Nossa mãe tão venerada.
Nas aflições dessa vida.
Sede nossa advogada.
Sede nossa advogada.
Sede nossa protetora.
Rogai por nós a Jesus.
Maria Auxiliadora.
As lindas flores dos campos,
São um jardim de alegria.
Mas não dão para igualar.
Ao o retrato de Maria.
Para que com alegria.
Gozemos do sumo bem.
Maria Auxiliadora.
No céu para sempre, amém.
A ultima missa que assistir em Porto Velho o coral da diocese anunciou o hino e sua autora. Fui as lágrimas mais pela beleza do hino que por qualquer outra razão.
ResponderExcluirCaro Morais:
ResponderExcluirEsta sua crônica vai ser arquivada no dossiê da Paróquia de São Raimundo Nonato, de Várzea Alegre, existente na Cúria Diocesana de Crato. Parabéns pelo texto!
Prezado Armando - No meu tempo de menino toda semana tinham novenas. São José numa casa, Nossa senhora do Perpetuo Socorro noutra casa, São Francisco, Nossa Senhora da Paz, que por ser Padroeira do Arneiroz de onde veio a origem de nossa Família era muito festejada etc. Minha avó preparava trimestralmente uma turma de crianças para fazer a primeira comunhão. Levava-os a igreja e depois da comunhão devolvia-os aos pais. Ela dizia : Quem leva o filho para igreja hoje não vai buscá-lo amanhã na cadeia.
ResponderExcluir